Prezado leitor, acabamos de passar por um ano verdadeiramente conturbado para todos, não é mesmo? Tenho certeza de que o amigo leitor atravessou também os seus perrengues oriundos da pandemia e de tudo o que ela prejudicou (e continua a prejudicar, claro).
Por falar em prejuízo, vi-me revoltado, assim como qualquer cidadão que acredita no suor do seu trabalho, com a postura do chefe da nossa União Federativa, o sr. Camilo Santana, ao manejar pessimamente ante a situação pandêmica. Como o estimado leitor bem deva lembrar, comércios fecharam as portas, para nunca mais abrirem – pois infelizmente, muitos comerciantes não suportaram a severa e insensata saída desastrosa para tal enfrentamento viral.
A autonomia de cada estado não deveria, a meu ver, estar drasticamente dissociada com o chefe do Executivo. O sr. Jair Messias Bolsonaro tentou, em vão, negociar, mas, àquela altura, a pandemia já havia virado razão para movimentações financeiras de cunho duvidoso e movimentação política com vista a derrubar uns e alavancar outros… Sim, aqui víamos que a doença tornara-se um negócio lucrativo e politizado.
O estamento burocrático nunca se viu em melhores lençóis para praticar seus atos gananciosos… E o povo foi sendo levado a procrastinar tudo “em nome da saúde”. “Primeiro a vida, depois os negócios”, diziam alguns chefes de estado e políticos da ala, como costumo chamar, canhota.
Enquanto isso, comércio parado, lockdown sendo decretados do dia para a noite, desastrosas maneiras de combater a pandemia como, por exemplo, trancafiar a todos em suas casas e soltá-los por dois míseros dias na semana para fazerem as suas compras – o que gerou aglomerações piores das que haveriam se o comércio estendesse o seu horário de atendimento, haja vista que o fluxo seria invariavelmente reduzido, onde o contágio seria bem menor do que aquele apinhado de gente que vimos nos supermercados da nossa cidade.
Passado o início mais periclitante e angustiante, adivinha!?: A conta chegou! Tudo mais caro, não é mesmo? E o pessoal do “primeiro a saúde”, o que fez? Culpou o seu governador, que o obrigou a ficar desprovido da sua força de trabalho, isolado no ostracismo caseiro? Não! Culparam, como não é de se admirar, o sr. Bolsonaro, que foi exatamente quem mais lutou para que não perdêssemos nossos empregos, para que a safra se mantivesse, o comércio se mantivesse minimamente ativo que seja!
Os liberais, que não ocupam cargos públicos, mas que vivem da iniciativa privada, os autônomos de uma forma geral, os trabalhadores fabris sentiram bem na pele o medo de que a próxima empresa a “quebrar” fosse a sua, a do seu patrão (o que significaria desemprego imediato). Apertamos o cinto e afrouxamos a corda do receio do incerto… Enquanto isso, do outro lado, os acomodados, que vivem de militância, não fizeram outra coisa que não fosse promover o estímulo ao que desembocou nessa crise atual. Parabéns aos envolvidos nessa danação.
Mas os parabéns legítimos, sem ironia, vão para nós, que ainda estamos na luta pelo fim da pandemia e recomeço de um capitalismo forte. A crise e a esquerda fizeram de tudo para levar os liberais e conservadores à lona, mas os que tem ciência da importância de estar empregado ou ser empregador, sabe que a saúde (inclusive mental) e a economia tem de estar sempre de mãos dadas.
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
0 comentários