A Rua Dr. João Pessoa, que corta praticamente o centro da cidade, este ano não viu os pelotões formados por estudantes, representantes de entidades de classes, organizações sociais, clubes de serviços, entre outras representatividades civis, além da presença dos militares, de agentes do Demutran, Guarda Municipal, muito menos do Tiro de Guerra.
Foi um 7 de setembro bem diferente, sem as calçadas tomadas de pessoas, aglomeradas mesmo, umas próximas das outras, algumas sob o sol, outras com sobrinhas. As sombras das árvores da Praça da Matriz e das marquises das lojas eram bem disputadas, mas este ano não foi assim. A rua praticamente vazia. “Eu, nos meus 12 anos como militar, nunca tinha pensado em viver um momento como esse que passamos agora. Foi triste em ver nossas ruas nessa data sem nosso desfile”, lamentou o cabo da Polícia Militar, Cícero Bento, instrutor do Proerd.
“As escolas se prepararam três meses antes. Os alunos ensaiam as apresentações, as bandas marciais, as fanfarras aprendiam as músicas. Um dos momentos mais esperados pelo grande público era a passagem das forças militares, das viaturas, do pessoal do Raio, dos Bombeiros, mas não tivemos esse momento tão representativo este ano”, destacou.
198 anos da Independência
Mas, mesmo com essa situação provocada pelas consequências da pandemia do novo coronavírus, a solenidade alusiva ao Dia da Independência do Brasil, 07 de setembro, aconteceu, de forma restrita, no 10º Batalhão da Polícia Militar. O evento contou somente o hasteamento das bandeiras Nacional, do Ceará e Município, e uma bênção ecumênica, com representantes das igrejas católica e evangélica. O Hino Nacional foi entoado celebrando os 198 anos da independência do Brasil, enquanto as bandeiras eram hasteadas tremulando pelo vento.
“Um momento único de patriotismo, marcado pela representatividade das poucas pessoas aqui presentes, como se fosse cada um dos iguatuenses, dos nossos irmãos brasileiros”, comemorou o tenente-coronel Oliveira, subcomandante do 10º BPM, apontando que diferente de anos anteriores, a solenidade acontece de forma simples, seguindo as recomendações de medidas de segurança sanitárias para evitar aglomerações.
Sem movimento
“Eu todo ano vinha assistir ao desfile, depois aproveitava pra ganhar um dinheiro fazendo corridas, mas esse ano não deu. Mas, se Deus quiser, tudo isso vai passar. Vamos levar uma vida bem mais segura agora”, mostrou-se confiante o moto-taxista José Edivânio.
No centro comercial, o feriado foi marcado pela pouca movimentação de pessoas, mesmo assim algumas lojas abriram esperando pelos consumidores. “Foi um dia bem diferente de anos anteriores. No feriado, a gente abria e tinha fila de gente pra ser atendida, o pessoal vinha assistir ao desfile, depois passava na loja, ou mesmo antes. Tinha movimento. A gente via as ruas lotadas”, relembrou Gildene Gomes, vendedora de uma loja de sapatos.
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