Paulo Barreto, o Dogão, agora fabrica rodos

24/08/2019

Os negócios estão mudando para o homem que dedicou mais de três décadas de sua vida profissional a lidar com alimentos, fritar hambúrguer e ovo, compor receitas de pão, carne e verduras. Paulo Barreto de Lucena, 54, o Dogão, que incorporou o apelido a partir do nome do negócio de fast-food iniciado em meados dos anos 90 está se reinventando.

Agora ele é fabricante de rodos e está lançando também linha de vassouras. Uma revolução na vida do iguatuense simples, nascido na comunidade de Barra, zona rural de Iguatu, que enxergou mais uma oportunidade de negócio. Já morou em São Paulo, Recife, Castanhal/PR, fez bicos, trabalhou como camelô, mas era em solo iguatuense, onde estava sua maior oportunidade de trabalho e renda, ele só não havia descoberto ainda. Quando retornou para a terra natal, teve a ideia de vender lanches na rua. Fez tanto sucesso que no começo era só ele, mas hoje são diversos autônomos que copiaram sua iniciativa e conseguem sobreviver fazendo a mesma coisa.

O novo projeto de fabricação de rodos é uma mudança da água para o vinho, para o profissional que construiu uma carreira trabalhando com alimentos prontos e num ‘estalo’ passou a encarar máquinas que cortam alumínio e ferramentas que dão acabamento em rodo e vassouras numa bancada que ele montou em casa, lugar onde gasta grande parte do tempo, quando não está na rua vendendo suas peças.

Hot dog

Dogão é uma alusão ao primeiro sanduíche o hot dog estilo cachorro quente, combinação de pão, salsicha, carne e molho, sucesso de venda e consumo nos anos 80 e 90. No começo, Paulo Barreto empurrava um carrinho pequeno vendendo os sanduíches de porta em porta, em escolas, comércio, órgãos públicos, rodoviária, até fixar ponto na Rua Santos Dumont, na calçada do antigo BEC. “Tempos difíceis”, lembra ele. Naquela época, as pessoas tinham vergonha de comer na rua. Mas ele não desistiu do negócio e se consolidou também como o primeiro vendedor ambulante de comida pronta, de toda história de Iguatu.

Foi Itamar, um amigo que trabalhava com pinturas, quem sugeriu o nome. Paulo Barreto queria Hot Dog, o artista que faria a pintura publicitária do nome no carro pensou maior e convenceu ele que o melhor seria Dogão Lanches. O argumento de Itamar é que o nome remeteria a algo ‘grande’, ‘superior’ e assim ficou. O que ninguém imaginava é que o nome do negócio virasse o nome do dono e o tornasse conhecido e popular em toda cidade.

Dogão lembra que foi no ponto fixo da Santos Dumont onde ele ficava com sua velha Pampa Ford ano 83 branca, vendendo lanches, que se encontrou com a ideia do novo empreendimento. Não faz muito tempo, foi em novembro de 2018. Em menos de um mês, em dezembro, ele já colocou as primeiras peças à venda. “Um cara chegou lá vendendo os rodos, eu olhei aquele objeto e pensei: vou fazer esse produto, só que vou fazer melhor”, lembrou. Ele pensou numa peça bem acabada (cabo e toda base) à base de alumínio, fixados com parafusos e porca e a lâmina feita do emborrachado EVA, que pode ser trocada à medida que for se desgastando.

Passatempo e apoio familiar

Produzir ‘rodos’ e os ‘vassorões’ é o novo passatempo para Dogão. Ele aposta que o projeto renderá bons frutos e está jogando suas fichas, todas. Um dia, todas as apostas deles eram no hot dog e funcionou por quase três décadas. Agora Dogão aponta o gráfico dos negócios para outra direção. Ele faz isso sem esquecer que o projeto de preparação e venda de lanches ocupou uma fatia importante em sua vida profissional. Atualmente, só trabalha com os lanches em finais de semana ou eventos, o restante do tempo é para o novo negócio. “Tudo que eu conquistei, até hoje, foi através da venda de lanches”, reconheceu. Quando fala da atividade, lembra o apoio importante que sempre recebeu, principalmente dentro de casa, da esposa Nereuda e dos filhos Paulo Jefferson e Gabriel.

O projeto de fabricação de rodos, segundo afirma seu idealizador, vem ganhando aliados a cada dia e o maior deles é o consumidor que está recebendo o produto em casa com 100% de aprovação. Dogão disse que agora a meta é criar o mecanismo para produzir os códigos de barra, para que os produtos possam ocupar as gôndolas nos mercantis, supermercados e outros estabelecimentos, alcançando outros tipos de público consumidores.

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