A crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus vem realizando mudanças diretas e indiretas no funcionamento das empresas. Muitos negócios, principalmente os ‘pequenos’, tiveram que fechar, outros empreendimentos estão se reinventando para se manter no mercado.
Em Iguatu, o cenário não tem sido diferente. Quem continua ou arrisca entrar no mercado tem que seguir novos conceitos nessa ‘nova realidade’. Os segmentos da alimentação, através dos fast-food, têm se destacado, mas para isso tem todo uma estrutura e logística por trás.
Por exemplo, vender alimentos hoje, diante dessa nova situação que enfrenta o mundo, não é só mais ter uma cozinha bem equipada, equipes de funcionários e espaço para receber ou esperar pelos consumidores. Diante desse “novo normal”, o setor tem que ir em busca de estratégias não só mais para atrair as pessoas, mas também ofertar os mesmos serviços e produtos com segurança sanitária, e ir além: conseguir chegar até a casa dos consumidores. De acordo com o consultor empresarial Fabrício Freitas, o segmento de culinária rápida, os chamados fast-food, tem sido favorecido, principalmente por ofertar produtos mais rápidos no preparo e condicionamento para entrega. Os restaurantes que não trabalhavam com entrega, tiveram que adicionar esse serviço para continuar vendendo. “Essa pandemia afetou quase que a economia inteira, então o setor de alimentos, de serviços, na verdade, não foi tanto prejudicado por fazer parte das atividades essenciais. E quem pensou, investiu nessas alternativas não só vender o alimento, mas inovar, agregando valores ao produto e vem conseguindo pelo menos se manter no mercado. O delivery foi um dos principais investimentos, facilitando que esses produtos chegassem mais rápido na casa do consumidor, justamente porque as pessoas estão mais tempo em casa”, declarou.
“A economia, na verdade, está ressurgindo. Muitas pessoas perderam o emprego. Mais de cinco mil pessoas perderam o emprego. Muitas dessas pessoas que não têm esperança de serem contratadas novamente, surgiram como novos empreendedores, criando seu pequeno negócio e estão se dando bem. Mais uma pessoa inserida na nova economia do nosso país. Além disso, criando até novos empregos”, complementou Fabrício.
Internet e delivery
A internet tem sido outra ferramenta importante aliada na divulgação dos produtos e serviços. “Mas antes de investir, tudo passa pelo planejamento. Tem que planejar, pesquisar o mercado, conhecer bem os fornecedores, o produto que vai vender e principalmente a logística, como é que esse produto vai chegar até o consumidor. O delivery surgiu como esse aliado, até mesmo como gerador de renda extra, principalmente para muitos moto-taxistas, que estavam parados. Agora com essa reabertura de algumas atividades, e muitos deles estão trabalhando nessas entregas à noite”, destacou o consultor.
Segundo ainda Fabrício Freitas, os consumidores passaram a comprar os produtos e serviços por meio de aplicativos. As redes sociais ajudaram a alavancar as vendas.
Cardápio diferenciado
Ainda de acordo com o Fabrício Freitas, o número de pessoas desempregadas e sem renda poderia ser bem maior. Muitas dessas pessoas partiram para a informalidade ou montaram seu próprio negócio. Foi o que fez Monaísa Albuquerque que abriu um pequeno negócio no Bairro Areias. A aposta também foi no ramo da alimentação. “O diferencial da gente, além da entrega, é que apostamos em ofertar um cardápio diferenciado. A cada semana lançamos um produto novo, começamos a coxinha de 500 gramas, nosso carro-chefe, mas também o que vem despontando é a lasanha”, ressaltou a empreendedora.
Pizzas e pastelão
Diante de perdas nas vendas da confeitaria que chegaram a 95%, o culinarista Roberto Júnior teve que rever uma estratégia para se reinventar e continuar tocando o negócio. A aposta foi trazer para o Iguatu a vendas de salgados e massas, principalmente pizzas e pastelão. A estrutura da empresa que funciona anexa à casa dele vem passando por ampliação e reforma para se adequar a essa nova realidade.
Roberto Júnior conta com o apoio da esposa Liliane Custódio e uma equipe de auxiliares e entregador. “Tivemos que trazer os produtos que a gente vendia na Casa de Massas, do sítio para a cidade. Tivemos uma queda drásticas nas vendas dos bolos e tortas. A ideia foi passar a vender pizzas, salgados e o nosso apreciado pastelão. Graças a Deus, vem dando certo. A aceitação dos nossos produtos tem crescido cada vez mais. Para isso tivemos também que investir em entrega, o delivery era um serviço que a gente não tinha”, ressaltou.
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