Pequenos negócios continuam enfrentando dificuldades provocadas pela pandemia

01/05/2021

 

É da produção artesanal de “canudinhos de festa”, no Bairro Santo Antônio, na periferia de Iguatu, que Neide Araújo com o esposo Benedito Pereira e os filhos Alysson Ferreira e Vanessa Araújo tiram o sustento da família. “Tem outra filha que teve bebê, não está vindo trabalhar, mas também a produção caiu muito. Por enquanto a situação não melhora, estamos nos virando por aqui”, declara a empreendedora.

A produção do salgadinho é feita de maneira artesanal, do preparo da massa, corte, o enrolar na forma de inox até a fritura. Os ingredientes são comprados no comércio local. Há cerca de sete anos, eles resolveram tocar o próprio negócio. Mas a pandemia atrapalhou o bom andamento da pequena empresa. A produção caiu cerca de 50% do ano passado para cá. Em média eram produzidos 180 pacotes do salgadinho, com 50 unidades. Atualmente a produção varia entre 60 a 80 pacotes, dependendo da demanda de pedidos. “A gente chegava a trabalhar aqui de domingo a domingo, isso cinco pessoas e às vezes até com mais alguma ajuda, era o dia todo pra dar conta das encomendas. Isso porque a gente tem nossos clientes fixos, pessoas que vendem salgadinhos, mercantis e supermercados da cidade. A venda avulsa é pouca”, ressalta Neide.

A produção que era diária, atualmente acontece apenas dois, três vezes por semana –

Melhor escapar com saúde

O isolamento social mudou o comportamento dos consumidores. Com o comércio fechado durante muito tempo, eventos proibidos, os empreendedores tiveram que se adaptar a essa nova realidade de mercado. “Dezembro e as festas de junho eram o nosso Natal. Mas dezembro foi ruim, outros meses nem se fala. Isso porque tinha festas, confraternizações, aniversário. Até as encomendas dos mercantis caíram”, afirma Benedito Pereira, completando que enquanto a produção despencou, o preço da matéria e produtos para confecção do salgado subiu. “A massa de trigo subiu, óleo e gás nem se fala. Compramos em grande quantidade, mesmo reduzindo um pouco as compras, os preços continuam bem altos. Estamos sobrevivendo”, aponta Benedito, acrescentando ainda outros gastos como aluguel do prédio, energia e água.

Diante de um comércio em crise provocada pela pandemia da Covid-19, a produção que era diária, atualmente, acontece apenas duas, três vezes por semana. “Estamos seguindo as encomendas, teve semana que a gente ficou parado mesmo, porque tinha salgado no estoque. Tivemos que ir nos adaptando. Mesmo que tenha o pedido de um pacote, a gente vem fazer, porque não temos outra renda, é daqui que a gente sobrevive. Mas temos fé em Deus que logo a situação vai melhorar. Entendemos que a situação é difícil, mas é melhor escapar com saúde nesse momento difícil que a gente está vivendo”, destaca Neide, bastante otimista.

Reinvenção

De acordo com a analista de negócios do Sebrae, Neila Primo, os empreendedores devem reinventar-se para manter-se no mercado. “A palavra do momento é reinvenção. Este é o segredo da empresa que quer se manter no mercado. Com todo esse contexto da pandemia que estamos vivendo desde 2020 a forma do seu cliente consumir mudou. E você empresário precisa se adaptar a essa nova realidade. É fundamental conhecer as novas tendências de consumo, inovar na prestação de serviços e na comercialização de seus produtos, mantendo um alinhamento com a real necessidade do seu cliente. Na retomada das atividades presenciais, tomem todos os cuidados necessários com sua equipe e também com seus clientes. Esse será seu diferencial neste novo normal. Estamos juntos para orientar e auxiliar nesta jornada”, declarou a analista.

Para mais informações, as pessoas podem entrar em contato com o Sebrae pelo telefone 0800 570 0800 (WhatsApp) ou através do portal do sebrae.com.br.

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