Permuta de área construída vira alvo de nova polêmica política

23/05/2020

Em nova sessão remota, a Câmara Municipal de Iguatu (CMI) aprovou terça-feira, 19, mais um projeto de permuta de terrenos entre o poder público e o privado. A matéria foi acatada com o voto de dois terços da casa, ou seja, 12 dos 17 vereadores que compõem o parlamento. Esse foi o terceiro projeto deliberado na casa envolto à polêmica e reações nos bastidores políticos da cidade.

O projeto teve os votos contrários de Lindovan Oliveira (PSB), Antônio Baixinho (PSB), Louro da Barra (SD), e Edson Adriano (SD). Além dos 10 vereadores da base governista, votaram favorável os oposicionistas Mário Rodrigues (PDT) e Vicente Reinaldo (PP). O vereador também alinhado ao grupo da família Sobreira, Marconi Filho (PDT), também votou contrário ao projeto. A exemplo do que aconteceu em dois projetos votados na semana passada. Ele ressaltou que a orientação interna era votar contrário ou se abster a todas as mensagens que não fossem diretamente ligadas ao enfrentamento à Covid-19. “Profundamente surpreso com a atitude deles. Ele chegou a dizer que eu tinha liberado a bancada e que não tinha conversado com o diretório do PDT. Isso não é verdade”, disse Marconi, liderança de oposição.

As obras da Faculdade já iniciaram e tem previsão de conclusão para o mês de agosto

Instabilidade

A não sintonia nas votações do grupo que tem como liderança o deputado estadual Marcos Sobreira deixou em seus bastidores um clima de instabilidade desde então. Nas votações do projeto da semana passada, o vereador Mário afirmou não ter tido conhecimento do despacho da Justiça que tramitava desde 2012 e com julgamento em 2018 que não permitia o município desenvolver permutas que gerassem prejuízos ao município. Caso contrário teria votado desfavorável. “Assim como Vicente, estou em quarentena por ser grupo de risco. Isso me impossibilita ter acesso a certas informações”, disse Mário. Sobre ter votado no projeto atual, ele alega que a permuta não gera prejuízo de espaço institucional e diferença de localização. “Mesma área. Avaliada sob mesmo valor no mercado e o município ganha 3 metros quadrados a mais”, disse.

Projeto

A mensagem enviada pelo prefeito Ednaldo Lavor (PSD) envolveu a área situada no loteamento Santa Helena, no Sítio Tanque, perfazendo uma área total 1.075,35m². O texto que tramitava na casa desde o 12 de abril do informa que a medida visa à unificação de dois quadriláteros onde serão construídas as futuras instalações da Faculdade de Medicina pertencente a uma instituição privada de ensino. O bem que será recebido pelo município na troca pertencia à própria empresa Ametista Imóveis e totaliza 1.078,00 m² localizado no próprio loteamento Santa Helena. A empresa negociou a área com a própria construtora responsável pela edificação da unidade acadêmica. “O projeto visa eliminar uma rua sem saída. Um ponto cego. Para que a instituição interligue seu estacionamento e sede da instituição”, disse Bandeira Jr.

Obra

A obra tem previsão para sua entrega no mês de julho e com o início do primeiro semestre e formação da turma por meio de vestibular no mês de agosto. No momento 12 homens trabalham na etapa I da obra que consiste na limpeza e terraplanagem da área compreendida em 7 mil m². Engenheiros responsáveis da empresa oriundos do estado da Bahia acompanham as intervenções no local, porém não tinham a autorização de conceder entrevista à imprensa. A reportagem obteve a informação de que haverá a contratação de profissionais da construção civil na cidade. Há expectativa que ocorra pico na obra de 150 homens trabalhando simultaneamente.

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