Certamente o amigo leitor que se reconhece com o perfil da direita – no liberalismo ou no conservadorismo -, certamente já ouviu a máxima entoada pelos esquerdistas, de que ser pobre e ser de direita é um contrassenso.
Ledo engano, caro leitor, ledo engano. Quem assim pensa, é porque desconhece do assunto; ou melhor, não entende absolutamente nada sobre as defesas e razões direitistas. Primeiramente porque há ações que incidem no mercado capitalista, e isso interfere, positiva ou negativamente, na vida de todos, seja esquerdista, direitista ou centrista.
Ora, meu caro, se é sabido que o capitalismo gerou riqueza como nenhum outro sistema que o antecedeu consegui fazê-lo; se ele possibilitou que muitos saíssem do estado de miséria que existia, por exemplo, no sistema feudal; se a questão da oferta e da demanda no livre mercado deu autonomia à população como um todo; se as formas de produção de bens de consumo materiais como o toyotismo, taylorismo e fordismo propiciaram uma guinada em suas aplicações optadas, como não ser outra coisa que não de direita, se isso nos beneficiou e continua a beneficiar-nos? E a direita, como qualquer um sabe, defende tal sistema.
Lembrando que é a esquerda, grosso modo, quem deseja o fim do capitalismo, a sua derrocada em prol da implantação de sistemas danosos sobremaneira, como o socialismo e o comunismo (lembremo-nos das mais de100 milhões de mortes provocadas por esses dois sistemas). Ora, preclaro leitor, não sejamos ingênuos. É a direita quem luta para que eu, você e todos, sem exceção, tenhamos a indispensável liberdade individual. É a direita quem defende o seu direito, uma vez inserido no sistema, de comprar o que você acha que é melhor para você e sua família. Não pense que em uma sociedade comunal isso seria possível. Ao contrário: lá, há a completa perda de identidade, e o coletivismo o impediria de teres o direito de comprar o que achar que é necessário e conveniente para a sua família, por exemplo. Não há juízo de valor.
O que impulsiona o país, não é o revolucionariozinho de iphone, tampouco os risíveis e ineptos grupos militantes, mas o trabalhador, seja ele empregado ou empregador. Nós, que acreditamos na força do suor da nossa labuta, somos mais revolucionários do que estes que citei há pouco. Não desejamos assistencialismo exorbitante, que onera os cofres públicos, mas sim um estado mínimo, que venha a intervir economicamente em casos de iminência de falência de uma grande, média, pequena ou até mesmo microempresa.
E antes que pensem que não sei nada sobre ideo-política esquerdista, me permito relatar ao amigo leitor, que falo com a propriedade de quem viveu por anos na faculdade a qual tranquei no último semestre, em meio a eles. E lá, estudando o marxismo e sua dialética (e no curso superior de História, que é o que faço atualmente, não é diferente, claro). Não vou fazê-lo perder tempo com bobagens como mais valia. Tampouco pretendo ser didático; pretendo, tão somente, desmistificar essa tola ideia enraizada pela esquerda, na cabeça dos jovens. E qual seria essa ideia? Respondo. A ideia de que pobre não pode ser de direita.
Na verdade, é exatamente o contrário: pobre não deveria era ser de esquerda (poder ser, pode, pois respeitamos a liberdade individual, lembra?). Não pense que as ações do mercado não refletem na sua vida. Que quando fábricas fecham mediante uma crise cruel, como a famigerada crise de 1929, que isso significa que o capitalismo irá ruir e o mundo lúdico anarquista, socialista ou capitalista virá. Vale lembrar que até mesmo sistemas ditos socialistas não dispensaram as benesses do “malvado” capitalismo!
Contrassenso, meu caro leitor, não é ser de direita; é, repito, ser de esquerda.
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Dica de leitura: Não, Sr. Comuna! Guia para desmascarar as falácias esquerdistas – Evandro Sinotti.
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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