Nesta cidade, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, em parceria com a COGERH, iniciou a limpeza de cinco poços rasos, que ficam às margens do Rio Jaguaribe, na área de captação, no Bairro Vila Neuma. O sistema é responsável por cerca de 20% do abastecimento da cidade. O projeto é que 12 poços possam passar atender com água potável de mais qualidade os usuários do sistema de abastecimento por conta do baixo nível hídrico do açude Dr. Carlos Roberto Costa, o Trussu.
Para o trabalho de limpeza é utilizada uma máquina tipo perfuratriz. No equipamento são acopladas barras de ferro que na ponta levam um conjunto de escovas. Através da rotação, os acessórios fazem a limpeza do poço. Todo o processo é interno. De acordo com as explicações técnicas de Jonathan Silva, técnico da empresa responsável pela execução do trabalho, dependendo do poço, são necessárias pelo menos três horas de escovação. “O processo começa com uma análise inicial das condições do poço, é colocada uma câmera que nos fornece todas as imagens de como estão os filtros do poço. A partir daí, é colocado um produto desencrostrante biodegradável que passa 12 horas agindo no poço. Depois dessa etapa, entra a escovação. O processo de limpeza é bastante demorado. Depende das condições de cada reservatório, do entupimento dos filtros que liberam água do subsolo. Em média são necessários dois dias para o poço ser entregue pronto para o consumo”, explica.
Poços e aquífero
O trabalho está sendo feito nos poços rasos que ficam na área de captação de água do SAAE, às margens do Rio Jaguaribe. De acordo com a autarquia, os reservatórios são responsáveis atualmente por cerca de 20% do abastecimento da cidade. “Por conta da seca, que atinge a região nos últimos anos, foi necessária a reativação desses reservatórios. São 10 poços no total. Cinco em funcionamento e mais cinco que estão passando pelo processo de limpeza”, comentou Marcílio Cosme, coordenador técnico do SAAE.
Iguatu necessita de uma capacidade média de 750 metros cúbicos de água por hora. Os poços da área de captação têm capacidade de fornecimento de 400 metros cúbicos. O restante da água para o consumo da cidade virá dos poços perfurados, no Aquífero do Julião, que já foram perfurados. Além de mais um que foi perfurado recentemente no loteamento Sacramento, no Bairro João Paulo II. “Somente esse poço perfurado agora está fornecendo uma vazão média de 120 metros cúbicos por hora. Ele já foi interligado à rede e está abastecendo cerca de cinco mil residências daquela região, com água tratada e de muita qualidade”, assegura Marcílio.
Milagre
Ainda de acordo com o SAAE, além do aumento da vazão de água com a limpeza dos poços, outras ações emergenciais estão sendo providenciadas em parceria com o Governo do Ceará, entre elas a perfuração de mais poços e a instalação de uma nova adutora com cerca de 1 quilômetro e meio, da área de captação até a Estação de Tratamento de Água, no Cocobó, para continuar mantendo o fornecimento de água à população. “O esforço está sendo focado para que o açude Trussu não forneça mais água nesse período de seca. Ainda estamos no período de inverno, ilhas e galhos de árvores continuam aparentes. O açude não ganhou um bom aporte hídrico, situação que preocupa. “Infelizmente não choveu. Só o que a gente escuta dizendo é que o Trussu está seco. Sabemos disso mesmo. Não choveu. Mas ainda não vamos perder a esperança. Pode acontecer um grande milagre e Deus mandar mais um pouco de chuva para melhorar nossa situação”, declarou Marcílio.
“Tomara que esses poços tenham água. Realmente é a melhor solução pra que a gente não fique sem água”, disse a dona de casa Francisca Oliveira.
Racionamento
O Trussu é responsável pelo abastecimento das cidades de Iguatu e Acopiara, além de localidades ribeirinhas e outras cidades que são abastecidas através de carros-pipa. Somente em Iguatu, são cerca de 30 mil imóveis ligados à rede de abastecimento. Mesmo com a pouca água, o racionamento está descartado nesse momento.
De acordo com Anatarino Torres, gerente regional da COGERH, a limpeza dos poços vai ajudar a manter o abastecimento regular ao longo do segundo semestre do ano, considerado o mais seco, quando há maior dificuldade de acesso à água. “Esperar agora por um bom inverno próximo ano e os nossos principais reservatórios voltem a receber uma boa recarga”, comentou.
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