Quatro suspeitos foram indiciados pelos crimes de calúnia, difamação e injúria pela Polícia Civil de Iguatu. O crime conforme a investigação seria manter um perfil falso nas redes sociais no propósito de caluniar políticos locais. Após quase seis meses de trabalho, a Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu, através da Divisão de Combate aos Crimes Cibernéticos, concluiu a investigação na segunda-feira, 15, e apresentou o inquérito à imprensa local.
Ainda conforme a polícia, na campanha política para prefeito de 2016, foi criado em rede social no Facebook um perfil falso (fake) denominado “Francisco Pimenta” que tinha como principal objetivo realizar postagens caluniando, difamando e denegrindo a imagem do deputado estadual Agenor Neto e de pessoas ligadas ao seu grupo político. O delegado de Polícia Civil, Weslley Alves, observou que o perfil realizava publicações com o intuito de beneficiar e favorecer os adversários do deputado, além de influenciar e manipular a opinião pública com postagens de cunho político.
Alcance
O perfil ficou bastante conhecido na cidade, alcançou cerca de cinco mil seguidores e suas postagens tiveram uma repercussão e alcance em Iguatu. Ainda de acordo com a investigação da Polícia Civil, o perfil esteve ativo realizando publicações e postagens por pouco mais de três anos e no início do ano de 2019 foi excluído.
Investigação
O delegado regional de Polícia Civil de Iguatu, Marcos Sandro, coordenou as investigações e designou o delegado Weslley Alves e sua equipe para ficarem à frente do caso. A polícia monitorou a atuação do perfil falso e no início do ano de 2019 desencadeou uma série de ações com o fim de elucidar o caso. Com o apoio da Justiça da Comarca de Iguatu, foi decretada a quebra do sigilo de dados do perfil e em seguida, com o apoio da empresa Facebook, houve informações básicas, como as datas e os horários exatos dos acessos ao perfil.
A investigação teve o apoio das empresas de comunicações – telefonia e internet os investigadores conseguiram informações sobre o local exato de onde partiram boa parte das postagens e sobre quem estava realizando as publicações criminosas.
Acusados
O inquérito possui mais de 350 páginas composto por documentos e dados. A polícia apontou como indiciados Cícero Rodrigues Ferreira, 41; Aurileide Alves de Assis, 41; Jossenir Alves de Assis, 34; e Vinícius Assunção, 38.
Para a polícia, os quatro eram os autores materiais das postagens caluniosas e difamatórias realizadas pelo perfil fake Francisco Pimenta durante os seus mais de três anos de atuação. Os infratores foram localizados e notificados para comparecerem à Delegacia Regional de Iguatu para serem interrogados e prestarem esclarecimentos, ao final das investigações.
Participação
O delegado Weslley Alves explicou que o casal Cícero Rodrigues e Aurileide de Assis realizava boa parte dos acessos ao perfil falso usando a conexão de internet da sua própria residência e isso ocorria durante vários horários no decorrer do dia. Além disso, a internet usada pelos dois para realizar as publicações, mais precisamente no ano de 2017, estava registrada no nome de Jossenir Alves, que é irmão de Aurileide.
Defesa
Um dos nomes citados na investigação, Vinícius Assunção divulgou nota negando participação como autor material das postagens difamatórias. “Nego veementemente qualquer tipo de participação na idealização, construção, ou execução no âmbito da conta de rede social Francisco Pimenta. A versão apresentada pela Ilustríssimo Senhor Delegado de Polícia não reflete a verdade e, muito menos, aponta para a existência de cometimento de qualquer irregularidade. Confio na Justiça, nas pessoas de bem e estou certo que a verdade irá prevalecer”, disse.
Já os outros três assinaram uma nota em que afirmam terem sidos expostos com a situação. “Quem nos conhece sabe que não temos nenhuma relação com o objeto de tal investigação, qual seja, o perfil de Facebook fake”.
“Sou uma pequena empresária e possuía na época dos fatos objeto da referida investigação uma pequena lan house de nome Casa da Cópia Gráfica e Lan-house e oferecia acesso livre à rede Wi-Fi, para melhor atender aos clientes assim como foi dito em meu depoimento e comprovado em outros depoimentos. Me coloquei à inteira disposição para contribuir com o que fosse necessário para esclarecer o caso. Torço para que a polícia encontre os reais responsáveis pelo crime cibernético”, declarou Aurileide.
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