Por que, para que e como usar máscara?

02/05/2020

As máscaras deixaram seus lugares esquecidos para se tornar protagonistas. Com o avanço do novo coronavírus e o aumento dos riscos de contaminação, as máscaras saíram do anonimato assumindo um dos papéis mais importantes da crise. Elas, desde que sejam confeccionadas em material resistente, são capazes de baixar os níveis de contaminação para 1,5%. Sem máscara, o risco se eleva. Antes, uma pessoa usando máscara imediatamente causava a impressão de alguma doença. Hoje, uma população de máscaras remete à sensação de segurança em evitar contaminação, por causa do inimigo invisível.

O sucesso da máscara é tão grande no mundo, que elas deixaram de ser simples acessórios individuais de proteção à saúde, para se tornar objetos de sensualidade, beleza e moda. Já tem máscara colorida, estilo ‘biquíni cavadão’, ‘tomara que não caia’, de tecido, TNT, papel toalha, máscara com respirador e até de protesto. Existem as descartáveis e as laváveis. Já são usadas por adultos e crianças. A produção já ocorre em grande escala, em tecido, malha, popeline, brim com elástico nas bordas, desenho, tecido duplo e coloridas. Marcas renomadas da moda em vestuário já estão lançando suas linhas de máscaras.

Segurança e estilos

Cícero Leandro, 59, e Antônio Mulato, 58, são trabalhadores da limpeza pública. Para eles, o uso da máscara não é novidade. “Sempre usamos máscaras, desde muito antes desse vírus, é para proteger de bactéria e tudo que vier”, afirmou Cícero.

Socorro Carneiro, professora, confeccionou as dela em forma de origami’. Usou tecido 100% algodão e um design que parece um barquinho, tipo um papel, que ganha formas quando é dobrado. A pequena Letícia, que a reportagem encontrou no centro da cidade na companhia de sua mãe, apesar da pouca idade, já sabe a importância do uso e não sai de casa sem o acessório. Neide Alencar, secretária escolar, usa a máscara para se proteger das ameaças externas. “No começo era um pouco incômodo, mas agora já me acostumei, uso com normalidade”, afirmou. A gerente de loja, Gleba Palácio, encontrou um jeito glamouroso de minimizar o efeito da máscara no rosto. Ela disse que pensou em usar a máscara combinando a cor do acessório com a cor da roupa. “A gente vai procurando máscaras, ou mandando fazer conforme a cor da peça de roupa que a gente já tem, fica elegante, protege e ameniza o efeito no rosto”, afirmou.

Uso obrigatório

Na primeira fase de proliferação da Covid-19, os estoques de máscaras das farmácias foram rapidamente zerados. Mas foram surgindo os voluntários protagonizando campanhas, as mais diversas, nas redes sociais e no Youtube mostrando como fabricar a máscara, em casa mesmo, usando material reciclável, tecido, liga de borracha, grampo, papel. E elas passaram a se popularizar ainda mais. Gradativamente vem aumentando o número de pessoas usando. Agora, as campanhas pelo uso da máscara estão praticamente em toda publicidade.

Com os decretos assinados pelos governantes, em nível de estado e município, sobre o uso delas por todos, as máscaras também passaram a ser ainda mais valorizadas, uma vez que o uso passou a ser obrigatório. Em Iguatu, foi possível ver mais pessoas usando a partir do decreto assinado pelo prefeito Ednaldo Lavor em 19 de abril. Está lá no artigo 2 do Decreto: “Como medida de proteção individual, em caráter excepcional e temporário, fica considerado obrigatório o uso de máscaras para o acesso, permanência ou circulação de qualquer pessoa, nas ruas, espaços públicos, repartições municipais, estaduais ou federais e demais estabelecimentos comerciais, industriais e de prestação de serviço abertos ao público que funcionem neste município”.

História das máscaras

Ao longo da história da humanidade, as máscaras foram utilizadas com os fins mais distintos, de acordo com a cultura e a religiosidade do povo que as adotavam. Geralmente elas permitiam o acesso a universos regidos pela imaginação ou a dimensões espirituais invisíveis. Os contadores de histórias assumiam muitas vezes o uso das máscaras para dar mais vida às suas narrativas, enquanto muitos eventos próprios da Natureza, mas que não se podiam ainda explicar, eram compreendidos através do recurso a estas ferramentas de ilusão e dissimulação.

Elas desempenharam, em muitas civilizações, o papel espiritual, como instrumentos principais em rituais sagrados. Assim foi na África, quando eram elaboradas por mãos artísticas, com feições distorcidas, proporcionalmente maiores do que as normais, constituídas de cobre, madeira ou marfim; no Egito Antigo, onde mascaravam as múmias prestes a serem enterradas, enfeitadas com pedras preciosas; entre os indígenas norte-americanos, habitantes do noroeste dos EUA, bem como os Hopi e os Zuni, em solenidades nas quais pranteavam seus entes queridos que haviam partido para a espiritualidade.

No Brasil

Os nativos brasileiros, em suas cerimônias, portavam máscaras simbolizando animais, pássaros e insetos; na Ásia, elas eram assumidas tanto em ritos espirituais quanto na realização de casamentos; em várias tribos primitivas, os índios mais velhos usavam máscaras em cerimônias de cura, para expulsar entidades negativas, com o objetivo de unir casais em matrimônio ou nos rituais de passagem, momentos marcados pela transição da infância para o mundo dos adultos.

As máscaras também tinham características simbólicas, como se verifica nas tribos de esquimós que residem no Alaska. Eles acreditavam na dupla vida de cada ser, de um lado humana, de outro animal. Desta forma, as máscaras também eram produzidas com uma feição duplicada; em algumas festas erguia-se a mais externa, revelando a outra, até então oculta.

Antiguidade

No mundo ocidental os antigos gregos foram pioneiros no uso das máscaras, adotadas nas festas dionisíacas, perpetradas em homenagem a Dionísio, divindade responsável pelo vinho e pelos rituais de fertilidade. Nessas ocasiões, todos dançavam, cantavam, se embriagavam e realizavam orgias, evocando a presença do deus através do emprego da máscara. A Grécia foi também o berço do Teatro, modalidade artística que recorria constantemente ao encantamento das máscaras, até mesmo como uma forma de evitar que os atores incorporassem os mortos. Atualmente ainda se vê este hábito perpetuado no Japão.

Com a queda do Império Romano, os cristãos primitivos praticamente proibiram o uso das máscaras, considerando-as instrumentos do paganismo. Na América, elas desembarcaram junto com os europeus que para lá se transferiram, tanto como brinquedos infantis, quanto para bailes e outras festas. Em Veneza, no século XVIII, as máscaras transformaram-se em itens de consumo cotidiano por todos os seus habitantes, velando apenas o nariz e os olhos. Logo foram proibidas, pois dificultava a ação da polícia na identificação de criminosos, muito comuns nesta cidade naquela época.

Atualmente elas são utilizadas em festas tradicionais, no Halloween, o famoso Dia das Bruxas, e no Carnaval; bem como em determinadas práticas profissionais, como a do apicultor, que assim se protege do ataque das abelhas; ou em certos esportes, como a esgrima.

Fontes: http://student.dei.uc.pt/~jsilva/

http://www.coladaweb.com/artes/historiamascaras.htm
http://www.eps-penalva-castelo.rcts.pt/
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