Poucos fiéis quebram isolamento social para ir à igreja rezar

09/05/2020

O silêncio das ruas no entorno da Igreja Matriz de Senhora Santana na manhã de ontem, sexta-feira, 08, comunga com a paz que reina nesse período de quarenta provocada pela pandemia do novo coronavírus no interior do templo primeiro de Iguatu. Os bancos praticamente todos vazios, apenas uma senhora de idade avançada, sentada bem na frente, rezava baixinho diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima. De vez em quando entrava uma pessoa, fazia uma breve oração e saía.

Poucos fieis estão quebrando a recomendação de ‘isolamento social’ para ir à igreja rezar. Desde o dia 17 de março que a igreja foi fechada depois do decreto assinado pelo bispo Dom Edson de Castro Homem, que todos os templos da diocese seguem ainda a mesma recomendação. Foi um período de pelo menos 15 dias fechado totalmente, passou a abrir pela manhã apenas para que as pessoas pudessem fazer suas orações de forma individual e retornar para casa.

Poucos fieis estão quebrando a recomendação de ‘isolamento social’ para ir à igreja rezar

“Muita solidão, só Jesus que me dá força de sair de casa e vir para cá. Nunca imaginei viver um tempo desses em minha vida. Ver o mundo assim, as igrejas fechadas. Agora venho só um tempinho, rezo o terço e volto pra casa. Muito difícil”, lamentou a aposentada Francisca Cazé, 73, devota integrante também do Apostolado da Oração. “ pedindo toda hora à Senhora Santana que ela interceda junto ao Neto dela, Jesus Cristo, que providencie essa cura no mundo. Estamos ansiosos pra saber se este ano vamos ter a festa dela. Mas, não sabemos se isso vai acontecer. Está nas mãos de Deus. Só Ele pode tudo. Venho pedir também força pra gente enfrentar esse mar revolto, estamos no mesmo barco. A gente vê a solidão das ruas, sem ninguém, sem as pessoas andar. As ruas estão tristes. Mas pra Deus nada é difícil. Tudo é possível”, complementou, continuando a oração que foi interrompida durante breve conversa com a reportagem.

Comunhão real

Pensamento parecido com o do vendedor José Verissimo, que aproveitou a rápida ida ao centro para passar pela igreja e contemplar um pouco a imagem de Nossa Senhora de Fátima, santa de sua devoção. “A gente que costuma frequentar igreja, que é devoto mesmo, é muito difícil. Nesse momento a gente passar e ver a igreja vazia, porque antes ela ficava sempre aberta, mas tinha gente aqui todo dia rezando. A gente assistir à missa através da internet, do rádio, não é mesma coisa de participar ao vivo. Sinto falta de receber a comunhão real, a presença de Deus em nossas vidas. Isso faz falta. Ainda mais agora nesse período de maio, mês de Maria. A gente, a boa vontade dos padres que estão celebrando, mas a gente queria era está em multidão, rezando, celebrando Nossa Senhora, mas creio que logo esse período vai passar”.

Desde o dia 17 de março que a igreja foi fechada depois do decreto assinado pelo bispo da diocese

Pela internet

As portas estão abertas para oração individual, mas sem missa presencial e com medidas de prevenção contra o coronavírus. Essa é a nova realidade também nas igrejas. O silêncio da igreja é interrompido pelo arrastado da vassoura da funcionária que limpa o chão e passa um pano molhado nos bancos. “A gente abre as portas as 6h da manhã e fecha até 11h30. À tarde não abrimos. Nas quintas-feiras, temos as missas e adoração ao Santíssimo com portas fechadas, mas são transmitidas por meio da internet em nossas redes sociais e pelas rádios. No final de semana, sábado às 19h e no domingo às 17h, assim tem sido desde quando foi baixado o decreto pelo nosso bispo. Continuaremos assim, sem previsão ainda de quando será o retorno das missas com a presença das pessoas. Isso vai depender de tudo isso que estamos vivendo”, explicou Francimário Batista, sacristão da Paróquia de Senhora Santana.

A diocese manterá a decisão de não realizar missas com a presença de fieis para evitar aglomerações.

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