Problemas de escoamento provocaram alagamentos atingindo cerca de 400 famílias em Iguatu

24/04/2021

O trabalho para resolver os problemas que deixaram cerca de 400 casas alagadas em Iguatu, em decorrência das chuvas registradas no início deste mês, continua sendo executado pela prefeitura, através do Comitê de Contingenciamento Emergencial formado por diversas secretarias municipais.

Muitas famílias ainda não conseguiram voltar à normalidade. O acúmulo de 274mm de chuvas na cidade deixou ruas e casas alagadas, principalmente na região do Bairro Areias II e Cajueiro. No Sítio Barra, cerca de 30 casas foram atingidas, sendo que 15 delas passaram mais de uma semana com água nos “terreiros” e quintais; na localidade um bueiro não suportou a vazão do escoamento da água. Operários da Secretaria de Obras Públicas do Governo do Estado realizaram uma ação emergencial para amenizar a situação dos alagamentos naquela região. A prefeitura também está fazendo a limpeza de canais e lagoas na região da Gameleira para melhor fluxo de água.

Muitas famílias ainda calculam os prejuízos com perdas de objetos e móveis. “Foi um momento de terror. A gente já passou de cheias aqui, mas não assim de ficar com água desse jeito por tanto tempo. Dessa vez foi muita água, trouxe muitos prejuízos pra gente”, lamentou a dona de casa Maria José Bezerra.

Erro de execução

Na Avenida Perimetral, a água já escoa com mais facilidade, depois de ficar represada em ruas do Bairro Areias II. Mas os trabalhos também continuam para sanar o problema.

De acordo com o engenheiro civil Pedro Anchieta, que fez uma análise dos efeitos da chuva do dia 12 deste mês, ocasionando os alagamentos principalmente na região do Bairro Areias II e Cajueiros, “A situação é que muitas pessoas falaram que aterraram lagoas, que construíram loteamento dentro de lagoas, que foi construído uma empresa que interferiu. A análise técnica, tratando a parte de engenharia, que fiz, que tinha algum erro de execução, alguma coisa foi mal executada, logo percebi que era um erro de cota. Na entrada da galeria a lâmina de água é muito pouca, por isso que a água estava represando e voltando para o bairro. É tanto que quando foi aberto o canal na rua (ao lado da loja de atacado), a água baixou. Então o erro nesse trecho era de cota”, explanou o engenheiro civil, sócio-diretor do Viver Bem Engenharia e Urbanismo, de Juazeiro do Norte, ressaltando que drenagem é lembrada quando chove, quando ocorre chuva, é um sistema que precisa de manutenção constantemente.

“Iguatu por ser uma cidade muito plana, trabalhar com drenagem é bem complicado. O ideal seria tratar com outras alternativas, como bacias que seria o ideal para Iguatu. Existe o piscinão de detenção e retenção (o de retenção sempre vai ter água) já o de detenção só vai ter água no período de chuvas”, disse.

Segundo o especialista, o canal da Rua Bevenuto Mendonça já trabalha com a vazão no limite, recebendo grande volume de outras bacias das lagoas que passam pelo município. “Esse canal já está trabalhando na capacidade máxima. A cidade está crescendo, então por isso que as cidades devem ter um plano de manejos pluviais. Como a cidade cresce, então o sistema de drenagem tem que crescer junto”, apontou o engenheiro.

“Iguatu, por ser muito plano, eu não aconselho ter canais fechados. Se ele tiver trabalhando no seu limite, a turbulência dentro dele é muito grande, faz com que ele rompa. Se a gente trabalha com canal aberto, se atinge a cota máxima, ele vai transbordar. É melhor fazer um canal aberto e ter uma faixa de preservação, porque se ele transbordar, não venha afetar nenhuma residência. Então não tem áreas dentro de lagoas. Iguatu por si é baixo. É complicado a pessoa dizer que toda área em Iguatu é lagoa, não. Iguatu é baixo. Tem que trabalhar a parte da drenagem, que tem que crescer junto com a urbanização, um plano de manejo de águas pluviais e essa drenagem que já existe está defasada. O que tenho a dizer é que essa inundação que aconteceu não foi por causa de empresa, nem de político A, B ou C. Foi um erro de execução, que quando a rua foi aberta, a água foi embora”, concluiu a análise técnica, explicando que sempre a drenagem tem que trabalhar com o crescimento do município.

MAIS Notícias

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *