Produtores de algodão se reuniram na segunda-feira, 02, com representantes da Associação de Produtores de Algodão do Estado do Ceará (APAECE), para debater a importância da atividade algodoeira no Ceará, perspectivas de produção e comercialização e novas técnicas de manejo.
Em Iguatu, sete produtores cultivam algodão há três anos. A resistência apresenta-se como fator principal de impedimento de mais adeptos. “Muita gente pensa que a praga do bicudo é incontrolável, mas hoje temos tecnologia para conviver e superar”, disse Venâncio Vieira, secretário de Desenvolvimento Agrário de Iguatu.
Em 2021, Iguatu obteve uma produção média de 19,5 toneladas, em 14 hectares de área plantada com duas variedades. Para 2022, a expectativa é que com menos área plantada se supere 22 toneladas.
Os desafios atuais são outros. Os produtores têm que lidar com a falta de material humano para colheita e maior potencial de negociação. “Eu não me arrependo. Estamos tendo o suporte. O preparo das terras e as sementes nos foram garantidos. O resto é só esperar o lucro”, disse Jeferson Araújo, produtor no Sítio Aroeiras, no distrito de José de Alencar. Ele espera colher sua safra logo no mês de julho.
No sítio Retiro, em visita técnica foi possível ver o desenvolvimento da cultura que começa a dar os primeiros resultados. As terras que até pouco tempo eram cultivadas com outras culturas de sequeiro, entre elas o milho, agora serão tomadas pelo branco dos capuchos de algodão. A variedade plantada escolhida para o experimento é a BRS-433, transgênico patenteado, de alta resistência às pragas e de boa produtividade.
Retomada
O algodão, chamado de “ouro branco”, já foi uma das principais culturas que movimentou a economia do Ceará, na época dos anos 70, 80, o maior produtor de pluma nacional. O projeto de retomada da cultura vem sendo incentivado em vários municípios por meio de parcerias desenvolvidas pela Universidade Federal do Cariri-UFCA, Embrapa, Ematerce, Adagri e prefeituras municipais.
Segundo Venâncio Vieira, ainda é viável o plantio, porque também tem venda garantida. Em 2022, o preço da arroba (15 kg) deve ser comercializado por R$ 60,00. Por meio dessas áreas experimentais, a expectativa é que a retomada da produção do algodão ocorra em larga escala nos próximos anos.
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