O verde do plantio de palma, do capim e até mandioca mudou o cenário na propriedade de Mairton Palácio, no Sítio Córrego, zona rural de Iguatu. Situação bem diferente de 10 anos atrás, quando o produtor teve que se desfazer de animais e reduzir custos por conta da seca. “2012 foi de dificuldades. Em 2013, nem água tinha. Tenho um poço, mas praticamente acabou a água aqui pra gente. Para mim, esses anos de seca foram uma escola. Aprendi, mudei de conceito. Mudei muita coisa na forma de conduzir a propriedade”, destaca o produtor.
Uma das mudanças na propriedade, que tem 8 hectares, foi a troca do sistema de pastejo rotacionado pelo semi-confinamento. As novas formas de manejo melhoraram o uso racional da água e a produção de alimentação para os animais. Isso porque a principal fonte de renda do negócio é a comercialização do leite. A convivência com a seca serviu para mudar alguns hábitos. “Passei a fazer muitas coisas que eu não me imaginava fazendo. Eu nunca imaginei plantar palma, criar vaca com palma. Isso não era uma prática comum aqui pra gente”, aponta Mairton satisfeito com as mudanças, que mesmo com o período de escassez hídrica conseguiu manter os animais.
Durante esse período crítico, o produtor teve que se adaptar e conviver com a escassez de água e alimento para manter animais. “Tive que me desfazer de umas vacas, fiquei com 30 animais, mas com as mudanças de manejo, a implantação da palma, do capim-açu e até da mandioca, aliada ao melhoramento genético do rebanho, com menos animais consegui aumentar a produção de leite”, em média a produção chegava a 350 litros por dia, atualmente chega a 500 litros/dia.
Previsão de chuvas
De acordo com dados do Portal da Funceme, 16 dos 184 municípios terminaram o ano com chuva acumulada acima dos 700mm, volume considerado bom. E dentro dessa última década, o Ceará viveu praticamente 8 anos seguidos de seca. Efeitos que ainda continuam, mas bem mais amenos. De acordo com especialistas, ainda não houve chuvas suficientes para elevar o aporte hídrico dos reservatórios. No início de 2012, os 155 açudes monitorados pela Cogerh tinham 62% da capacidade total de armazenamento de água. O volume atual dos açudes monitorados é de 21,31%. “Os grandes reservatórios do Estado, Castanhão, Orós e Banabuiú e o sistema metropolitano, estão em nível de alerta, permanecem nesse nível. Então é necessário que ocorram boas chuvas para poder reverter essa situação”, destaca Bruno Rebouças, diretor de operações da Cogerh
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