O professor e pesquisador Osmar Lucena Filho, do município de Piquet Carneiro, cuja paróquia faz parte da comunidade diocesana de Iguatu, está lançando uma coleção de artigos com informações, dados biográficos e fatos marcantes dos 60 anos da Diocese de Iguatu. “Prestes a completar seu sexagésimo ano de instalação, a Diocese de Iguatu, na lembrança de muita gente, está relacionada a acontecimentos que nortearam tal acontecimento de ordem pastoral: são datas e fatos que precisam ser elucidados para uma maior compreensão dos fatos”, ressaltou Osmar Filho.
De acordo com o pesquisador, um dos fatos mais importantes foi o que ocorreu em 28 de janeiro de 1962, após longo preparativo, aprouve ao Papa João XXIII, canonizado em 2014, em assinar a Bula IN APOSTOLICIS MUNERIS (DOS ENCARGOS APOSTÓLICOS), por que foi criada a Igreja Particular de Iguatu, com território desmembrado das Diocese de Crato e parte da Arquidiocese de Fortaleza. Osmar Filho lembrou que em 13 de outubro de 1961, eis que o padre José Mauro Ramalho de Alarcon e Santiago, então vigário de Aracati, foi preconizado Bispo Diocesano de Iguatu, o primeiro. De acordo com o pesquisador, em 06 de janeiro de 1962, em Aracati, cidade praiana, o então Pe. Mauro Ramalho foi consagrado Bispo. E finalmente, em 4 de fevereiro de 1962 ele adentra, triunfante, a sede da nova Diocese.
Conforme o professor, o Concílio Ecumênico Vaticano II ensina que toda Diocese é uma porção do Povo de Deus confiada ao mesmo ministério pastoral-catequético de um Bispo. Segundo ele, é dentro dessa lógica que “precisamos comprar conceber nossa Diocese”.
Em sua extensa e minuciosa pesquisa, Osmar Filho levantou que ao todo são 26 paróquias que formam a Diocese iguatuense, mas, segundo ele, no começo, eram apenas 19.
Osmar Lucena enfatiza que no dia 04 de fevereiro de 1962 iniciou-se o episcopado de Dom José Mauro. De acordo com informações da pesquisa do professor, a primeira fase, de 1962 a 1965, coincidiu com a realização, em Roma, do Concílio Vaticano II. Segundo ele, Dom José Mauro participou das 4 sessões conciliares, ele mesmo, Dom Mauro, costumava afirmar a seus interlocutores: “O Concílio Vaticano II me ensinou a ser Bispo”. Tendo sido esta a etapa inicial, serviu para o pastor diocesano lançar a base, ou seja, o arcabouço da administração da Diocese, lembrou o pesquisador. Dados revelados nos levantamentos feitos por Osmar mostram que “desde seu limiar, a Igreja Particular de Iguatu sempre buscou contar com a participação afetiva e efetiva dos cristãos leigos para a construção do Reino, para a Evangelização. Assim, uma preocupação que sempre norteou o governo episcopal de Dom José Mauro foi, indubitavelmente, a formação e acompanhamento do laicato. Logo se organizaram as primeiras Assembleias Diocesanas.
Segundo o professor, a primeira Assembleia de que se tem notícia data de 1965, foi realizada, não no Diocesano (Centro de Pastoral), e, sim, no colégio São José.
O objetivo, como todos o sabem, era preparar as atividades pastorais da Diocese, que favorecesse a execução de um Plano de Pastoral de Conjunto, nas pegadas e ensinamentos novos advindos do Concílio, lembrou o professor.
Osmar Filho ressaltou que Dom Mauro também, evidentemente, preocupou-se com as vocações sacerdotais e religiosas, e fez construir, ali no começo da década de 1960, o Colégio Diocesano, que serviria também de “locus” para as instalações do primitivo Seminário Menor. Além disso, continuou o pesquisador “o Colégio Diocesano aos poucos tornou-se o ambiente propício às reuniões do clero, retiros, encontros de formação para os leigos, etc”, frisou. Osmar lembrou que era cena comum observar-se grande movimentação na primeira sala, bem na entrada do Diocesano, um sinal evidente do pulsar da vida de nossa Diocese, que sempre procurou ser uma “Igreja em saída”, significativamente Missionária, como tão bem o deseja, nos dias de hoje, o Papa Francisco.
Osmar Filho lembra nos registros que o fato marcante é que o governo pastoral de Dom José Mauro à frente da família diocesana, de 1962 a 2000, buscou valorizar o trabalho de catequese dos cristãos leigos. “Dom Mauro mostrou-se muito receptível aos religiosos, e atraiu para a Diocese membros de várias congregações e instituto, além do apoio e incentivo dados às missionárias diocesanas”, ressaltou.
Etapas marcantes do governo de Dom José Mauro
Realização do Congresso Eucarístico, em 15 de junho de 1980. Um dia de muito louvor e adoração a Jesus Cristo Hóstia. “Foi, na verdade, o que se convencionou chamar de pequeno Congresso, dada a sua durabilidade: apenas um dia”, recordou. Conforme Osmar Filho, era uma forma e oportunidade de reunir, mais uma vez, a grande família diocesana. “Todos se voltaram para a Eucaristia, Pão dos Anjos, Pão dos Fortes, centro de toda atividade Missionária”, frisou.
De acordo com o professor, em 1982, nos 20 anos de instalação da Diocese, exatamente no mês de agosto, ‘Mês das Vocações’, as comemorações atingiram seu ponto alto. “O clímax se deu com a grande concelebracão na praça da antiga Sé Catedral, que se tornou pequena para acolher a multidão de fiéis que veio a participar do ato de Ação de Graças”.
Em sua apuração, o professor anotou que em fevereiro de 1986, Dom José Mauro, com aquela maneira cortês e nobre de ser, acolhia, em espírito de fraternidade, os mais de 70 participantes da Escola Diocesana de Catequese. De acordo com o professor, iniciou-se ali a referida Escola, que se compunha de 4 etapas de formação, com várias disciplinas: Bíblia, Catequese Renovada, Mariologia, História da Igreja, A “pessoa” de Jesus Cristo, etc. “Eu tive a graça, como aluno concludente da primeira fase da escola de Catequese, de ser o intérprete dos sentimentos da turma, como orador oficial, que fui, desta, em 20 de julho de 1987”, lembrou ele.
Pastorais criadas no Episcopado de Dom José
De acordo com o professor, basicamente são as Pastorais que hoje se tem conhecimento, células vivas da Diocese: Catequese, Formação para a Crisma, Formação para o Batismo, preparação para o Matrimônio, CEBS, CPT, Cáritas, Família, PJMP, Eucaristia, Vocações, segundo dados do levantamento. “É um leque muito abrangente”, ressaltou. Osmar Filho contou que convém lembrar que essas Pastorais não só nasceram e se desenvolveram no episcopado de Dom Mauro, como receberam apoio e formação.
O setor das comunicações
Osmar Lucena ressalta que “Não podemos esquecer, neste relato, quão impactante foi o esforço de Dom Mauro para aproximar-se do Povo de Deus ao seu ministério Episcopal confiado.
Conforme o pesquisador, na esteira do Vaticano II, que pedia aos bispos muita atenção aos chamados Meios de Comunicação Social, nossa Diocese teve instalados o programa radiofônico, A voz do Pastor (inicialmente veiculado pela Rádio Iracema) e a publicação mensal de um Boletim, órgão oficial da família diocesana.
Osmar Filho lembrou que o Boletim da Diocese nasceu em maio de 1970, e trazia as notícias, fatos e fotos, da vida de cada paróquia; além de artigos assinados por padres, leigos, religiosas, que serviam de formação intelectual aos leitores do citado periódico. “Havia, igualmente, mês a mês, a palavra, eloquente, culta, orientadora de Dom Mauro, que nos “brindava” com uma temática diversificada de assuntos, sobre os quais ele discorria com sabedoria e segurança”, encerrou.
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