‘‘O sentimento segue aquilo que amamos. Se amamos o que é verdadeiro, bom e belo, ele nos conduzirá para lá. O problema, portanto, não é sentir, mas amar as coisas certas. Do mesmo modo, o pensamento não é guia de si próprio, mas se deixa levar pelos amores que temos. Sentir ou conhecer, nenhum dos dois é um guia confiável. Antes de poder seguir qualquer um dos dois, é preciso aprender a escolher os objetos de amor – e o critério dessa escolha é: Quais são as coisas que, se dependessem de mim, deveriam durar para sempre? Há coisas que são boas por alguns instantes, outras por algum tempo. Só algumas são para sempre.’’ – Olavo de Carvalho.
No último dia 24, perdemos um dos maiores expoentes da direita no Brasil e no mundo. O conservadorismo empobreceu-se, doravante, sobremaneira. Perdemos o professor Olavo de Carvalho. Autodidata, dono de uma inteligência ímpar, Olavo nos fez saber da existência de autores que a esquerda suprimiu desde a sua manutenção no poder. O professor visionário rompeu com os grilhões da doutrinação unilateral.
Ofereceu-nos, portanto, uma literatura simplesmente desconhecida quanto ao âmbito educacional nacional; completamente alijada da massa acostumada a engolir o que lhes é dado por certo e inquestionável. Isso significa dizer que não podemos falar em liberdade intelectual, sem mencionar as contribuições do preclaro professor Olavo.
Lembro-me do impacto que sua obra causou em mim quando li, há 5 ou 6 anos – mais ou menos – o seu clássico best-seller ‘‘O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota’’ (publicado em 2013). Foram mais de 600 páginas onde o intelectual abordava os assuntos mais diversos! E, a cada tema, uma nova descoberta eu fazia.
Já ao ler ‘‘O imbecil coletivo’’ (publicado em 1996), não me surpreendeu o fato de gostar igualmente da sua leitura. O autor conservador continua a abrir os nossos olhos quanto às forças que agem sobre o indivíduo e o coletivo: a imbecilização de pessoas de inteligência normal – ou até mesmo superior – que se reúnem para a prática da, como disse, imbecilização,
Em virtude de suas contribuições para o pensamento conservador mundial, não foi surpresa ver, nas redes sociais, gente que diz que ‘‘toda vida importa’’, que se julga humanista e defensora da ‘‘dignidade da pessoa humana’’, comemorar a morte do filósofo brasileiro.
Sim. É isso mesmo! Esquerdistas comemorando o fenecer de um ser humano. O que só comprova a hipocrisia dessa horda maldita. São politicamente corretos apenas quando tal atitude lhes convêm. Quando o mote é escarnecer, suas ideologias são esquecidas em nome do ódio ao outro. Hipócritas da pior qualidade. Como eu sempre disse…e repito: essa gente nunca me enganou…
Todavia, independentemente das comemorações funestas dessas almas sebosas, temos ciência de que a pessoa do Olavo de Carvalho se faz em sua inestimável obra. Sua grandeza literária jamais se apagará, e agregará sempre novos entusiastas. O professor merece que lhe façam odes em seu louvor, à sua contribuição para o mundo.
Descanse em paz, professor. Obrigado por tudo!
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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