Proibição de ‘paredão’ prejudica setor de som automotivo

30/04/2022

Desde que foi anunciado o Decreto Estadual que proíbe a utilização de som automotivo em espaços públicos no Ceará, na quarta-feira, 20, trabalhadores desse segmento em Iguatu se mostram preocupados com a situação. Segundo eles, a decisão afeta diretamente o setor. A categoria espera que haja uma flexibilização por parte do governo cearense liberando a utilização de carros de propaganda volante, por exemplo. Em Iguatu, segundo um rápido levantamento da categoria, há cerca de 15 lojas que trabalham direta e indiretamente com esse segmento de som.

Matheus Matias, que trabalha com propaganda volante, se sente prejudicado com a situação. “A gente precisa do som para trabalhar. Com essa proibição, a gente vai ficar desempregado. É o ganha pão da gente. Investimos muito dinheiro na compra do sistema de som para não puder usar para trabalho. A gente tem medo de sair de com o carro, porque a qualquer momento a polícia pode parar, levar o som. A gente quer trabalhar, sustentar nossas famílias. Fazemos comerciais de lojas, de festas, o som de quem faz propaganda volante é para trabalho. Não é para diversão”, destacou.

Trabalho e renda

Não diferente de outros centros, em Iguatu o setor movimenta uma grande cadeia de mão de obra, além da venda de equipamentos. “Tem aquela pessoa que faz a caixa, o que pinta, o que faz a estrutura do reboque de ferro, tem o que monta. São muitas pessoas envolvidas. Além do comércio indireto que é movimentado com esse setor. Se continuar assim, vai tirar o emprego de muita gente. Esperamos que as autoridades olhem pra gente com esse sentido, de deixar a gente trabalhar. Esse problema já está prejudicando muitos pais de família. O som não é só uma diversão de final de semana. Isso gera renda, é um meio de trabalho. E com esse decreto está prejudicando quem precisa trabalhar. Tem muita gente querendo vender o som com medo de ser preso, com carro e tudo”, ressaltou Elias Ferreira, que também atua no segmento de som automotivo.

Quem tem loja de som automotivo ou eletrônica também acaba sendo prejudicado diretamente. Ênio Chaves há 12 anos abriu sua loja própria. “Eu estou há 12 anos com minha loja, mas é um ramo que já vem de tradição de família, a partir do meu pai, já são 32 anos no mercado. Isso que fizeram prejudica não só quem vende sistema de som. Vejo que é uma questão muito ampla a ser discutida. Por trás disso tudo, tem histórias de vidas envolvidas. São pelo menos sete famílias fora as nossas que dependem desse comércio para viver só aqui da gente. Fora as outras dezenas de lojas e pessoas que trabalham nesse ramo. O certo é que as leis sejam cumpridas, mas também ver só um lado e prejudicar outros não dá certo”, ponderou o empresário.

Mobilização

Diante dessa situação, o segmento está se organizando para procurar apoio por meio da Câmara Municipal, Assembleia Legislativa e o Governo do Estado para rever alguns pontos do Decreto Estadual. “Não queremos desrespeitar as leis, pelo contrário. O que a gente precisa é que dentro dessas exceções incluam quem trabalha e movimenta esse setor. Isso cumprindo as leis ambientais conforme necessárias, e que haja orientação e fiscalização para quem trabalha com propaganda volante e se for preciso que criem locais adequados para quem gosta de curtir seu paredão de som”, reforçou Elias.

 

De acordo com o decreto está proibido o uso de carros de som e paredões de som em vias públicas, espaços públicos e privados de livre acesso ao público, entre esses: calçadas, estacionamentos, postos de combustíveis e balneários. A proibição vale independentemente da medição de decibéis do sistema de som utilizado. Mas, conforme ainda o decreto, eventos de som automotivo poderão acontecer em local apropriado, com devida autorização do órgão municipal competente ou pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente, desde que cumpram vários critérios entre esses por exemplo, o isolamento acústico que assegure o sossego público. Em caso de descumprimento, será aplicada uma multa, que será triplicada em caso de reincidência. A multa inicial é R$ 520,00 e poderá chegar a até R$1.560, além da apreensão do equipamento. Porém, o decreto ainda traz algumas exceções no período de campanhas eleitorais, propaganda e eventos. Carros de som poderão serão ser utilizados respeitando as regras colocadas no decreto. Além disso, existem eventos permitidos, que devem seguir as regras que serão fiscalizados pelos municípios de acordo com determinações da Semace.

“Pelo que vimos, no período eleitoral vai ser liberado carro de som, propaganda eleitoral, mas quem depende desse trabalho não vai esperar pelo tempo de eleição. Tem conta para pagar, tem comida para comprar. O que a gente pede é a sensibilidade dos governantes, que tenham uma atenção maior com essa causa, que juntamente com a gente poderemos encontrar uma solução para todos os lados”, finalizou Ênio Chaves.

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