Recordatio Animae

01/11/2024

     “… E eu sinto-me desterrado de corações, sozinho na noite de mim próprio, chorando como um mendigo o silêncio fechado de todas as portas.”

Bernardo Soares

 

Este poente de sonho eu já vi;

As tardes dolentes e o luar…

As velhas arcadas mirando o mar…

              Eu me recordo de ti!

Os filósofos todos já ouvi;

A Verdade é uma paisagem amiga.

Já o sei o destino aonde quer que eu siga.

              Eu me recordo de ti!

O despertar do Sono eu conheci;

O sabor do vinho… e a ilusão que engana;

Como a vontade é cega e insana.

              Eu me recordo de ti!

Exilado… quantas vezes nasci!

Perdido na Selva da Incerteza;

Saudoso sempre da Antiga Beleza.

              Eu me recordo de ti!

Da Sempiterna Lux nunca esqueci,

Ainda que no Letes mergulhado.

Colho as centelhas do meu próprio Fado

              E me recordo de ti!!!

 

Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)

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