“… E eu sinto-me desterrado de corações, sozinho na noite de mim próprio, chorando como um mendigo o silêncio fechado de todas as portas.”
Bernardo Soares
Este poente de sonho eu já vi;
As tardes dolentes e o luar…
As velhas arcadas mirando o mar…
Eu me recordo de ti!
Os filósofos todos já ouvi;
A Verdade é uma paisagem amiga.
Já o sei o destino aonde quer que eu siga.
Eu me recordo de ti!
O despertar do Sono eu conheci;
O sabor do vinho… e a ilusão que engana;
Como a vontade é cega e insana.
Eu me recordo de ti!
Exilado… quantas vezes nasci!
Perdido na Selva da Incerteza;
Saudoso sempre da Antiga Beleza.
Eu me recordo de ti!
Da Sempiterna Lux nunca esqueci,
Ainda que no Letes mergulhado.
Colho as centelhas do meu próprio Fado
E me recordo de ti!!!
Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)
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