Representantes da Campanha Nacional de Escolar da Comunidade (CNEC) encontraram o que a população iguatuense já constatava nos últimos anos: o completo estado de abandono do antigo Centro Educacional Cenecista Ruy Barbosa. Alvo até mesmo de vandalismo, a estrutura encontra-se com paredes, tetos e instalações hidráulicas e elétricas danificados. Fios e quadros de rede elétrica foram furtados assim como carteiras e armários revirados e envolta de muita sujeira e poeira.
Conforme Glauco Barbosa, Supervisor Institucional da Regional Nordeste, a instituição demostra abertura em busca de uma solução para utilização da estrutura do equipamento. Entre as opções estão a parceria por meio de convênio com o poder público estadual, municipal ou até mesmo a venda do imóvel à iniciativa privada. “Nos surpreende e lamento o que encontramos aqui. Temos contratos com monitoramento e vigilância armada que foi falha nesse tempo. Mas estamos aqui para corrigir”, afirmou Glauco.
Mesmo remota a chance para nível local, o representante da CNEC afirma que a instituição tem adotado uma política de reabertura de unidade educacionais pelo país. “Há chances. A CNEC reabriu instituições de ensino na Bahia e em Sergipe, mas não há previsão ou calendário para que essa política seja estudada e adotada no Ceará. Mas se houver demanda, partirá o interesse”, disse.
O vereador Marciano Almeida (PSD) havia enviado um requerimento a CNEC solicitando uma visita ao local. “É triste e a comunidade da região lamenta o estado que se encontra essa estrutura do colégio. Esperamos que nasça uma parceria. Soube que existe na cidade uma carência de novas salas para alunos da rede estadual, quem sabe o local possa ser novamente utilizado como um ambiente de formação em educação”, disse o parlamentar.
O estado através da coordenação de ensino básico e um técnico de obras acompanharam a visita junto com a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE-16).
Relembre
O colégio Ruy Barbosa se uniu ao triste quadro de colégios (Diocesano, São José, Escola Brasil) que finalizaram suas atividades na cidade por variados motivos.
Em 2019 foi ensaiada uma mobilização por parte de ex-alunos provocando o poder público municipal sobre a possibilidade de assumir o prédio, desapropriado como bem de uso essencial à cidade.
Fundado no início dos anos 60, o colégio Ruy Barbosa foi pioneiro no ensino privado com mensalidades acessíveis, atendendo alunos de diversas cidades do interior do Ceará. Após o falecimento do diretor Dr. Edson Gouvêa, educador referência de ensino e de disciplina, que esteve à frente da gestão por mais de 40 anos, o colégio sofreu com a perda de alunos que culminou na interrupção dos serviços educacionais.
Na época a CNEC alegou que a decisão foi uma consequência de fatores internos e externos que se tornaram inoportunos à manutenção do bom atendimento da comunidade local com a qualidade e eficiência características da marca.
Também motivou o fechamento a inviabilidade financeira, devido aos preços praticados pela concorrência no mercado privado educacional, na relação entre número de alunos, corpo técnico pedagógico e administrativos e segmentos ofertados, e a inadimplência acumulada ao longo dos últimos três anos marcada ainda por desligamentos de professores e direção decanas do Ruy Barbosa, segundo a mantenedora.
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