O setor de restaurantes, churrascarias e comércios congêneres em Iguatu contabiliza prejuízos nos últimos meses por conta da pandemia da Covid-19. A estimativa é que a queda nas vendas ultrapassa 70% de quando estavam abertos ao público.
Quem passa pela Rua 15 de novembro, no bairro Flores, até estranha os portões do restaurante fechado. O local era bastante frequentado, principalmente no horário de almoço e final da tarde, mas desde a segunda quinzena de março deste ano, por conta da pandemia, o estabelecimento deixou de receber clientes. Mesas e cadeiras estão empilhadas. O trabalho passou a ser interno. Os funcionários tiveram que se adaptar a essa nova realidade. Na cozinha, Eliane Souza trabalha praticamente sozinha e com carga horária reduzida. “Por conta da pandemia, a escala foi reduzida. Eu fico um período preparando os pedidos, e o churrasqueiro assando as carnes. Tá muito diferente. A cozinha era animada com mais pessoas, o salão cheio de gente. Era bem puxado, mas agora sentimos o quanto está diferente”, destacou a cozinheira, afirmando que ainda não se acostumou com essa nova realidade.
Adaptação
As vendas do restaurante Bem-me-quer agora somente por delivery. As quentinhas substituíram os pratos prontos. Segundo Gilderlânio Oliveira, dono de outros três restaurantes, dois em Iguatu (na Avenida Agenor Araújo e no Bairro Varjota) e outro em Acopiara, teve que fechar um temporariamente, demitiu quatro funcionários, seis estão afastados. “As vendas caíram variando de acordo com cada estabelecimento. O do centro tive que fechar, o da Varjota caiu 70%, o de Acopiara mais de 50% e esse aqui da 15 é quem ainda vem se mantendo. Mas a queda nas vendas gira em torno de 40%. Situação difícil, porque temos compromissos, funcionários, fornecedores e impostos a pagar. Tivemos que nos adaptar. Vamos ver até quando aguentaremos essa situação”, afirmou o empresário.
Salão vazio
Situação não diferente de outros estabelecimentos do mesmo segmento. Em um dos restaurantes mais tradicionais de Iguatu, o Chalé, com 28 anos de funcionamento, as vendas caíram em 75%. “Nunca imaginei que iríamos passar por um momento desses. Já passamos muitas crises financeiras no país, mas sempre tivemos frequentadores no restaurante. Agora ficar sem poder receber as pessoas e vender por delivery é bem mais difícil. Antes a gente tinha as duas opções de renda. Nossos clientes frequentavam o restaurante e tinha as pessoas que pediam, mas o forte de qualquer restaurante é ter cliente na casa. Ter movimento. Ver salão vazio é bem difícil”, ponderou Lindenor Queiroz, proprietário do restaurante.
Empresários deste segmento acreditam que se o impacto da pandemia continuar, muitos estabelecimentos podem até fechar as portas definitivamente. Com futuro incerto, afirmam que essa nova realidade deva continuar nos próximos meses. “Devemos ir assim até final do ano, com essas restrições. Antes de tudo a saúde, que passemos esse período com vida, para continuar mais na frente novamente”, destacou Lindenor.
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