Até o final da tarde de ontem, sexta-feira, 13, às 17h, as réguas dentro do Rio Jaguaribe atingiram o volume de 2,12cm. “Depois da primeira cheia deste ano, no dia 25 de fevereiro, quando estava com 1,47cm, desde quinta-feira, teve esse bom aumento no nível hídricos.
São as águas que já chegam do Rio Cariús e da barragem de Jucás, que está transbordando. Essas chuvas caídas ontem ajudaram. O volume está aumentando”, explica o observador hidrológico Francisco Cieudo Silva, responsável pela leitura das réguas posicionadas na margem esquerda do rio.
Aproveitando o aumento do volume do rio, o marceneiro João Neto levou seus sobrinhos para ver a água que escorre ainda com tonalidade barrenta em direção ao açude Orós. “Eu já brinquei muito aqui na minha infância e juventude. O rio não era assim tão sujo, cheio de mato, de cerca. Apesar da beleza da água, está muito sujo. A gente via a areia, de tão limpa”, lamenta.
De acordo com Cieudo Silva, o volume do rio varia de nível durante o período do inverno. “Não é constante, depende das chuvas, do comportamento do inverno. Mas o ideal seria que corresse com nível de pouco mais de 3 metros. Já entre o nível 7 e 8 metros, nível de alto-risco quando água chega a invadir a cidade, alagar áreas ribeirinhas. Nos últimos anos não temos registro de cheia tão grande aqui. A última grande cheia que registramos aqui foi em 2004. De lá para cá, principalmente nos últimos anos, volume bastante baixo. Mas todo ele no inverno o rio registra cheia”, observa.
3 maiores cheias
A água do Jaguaribe em Iguatu ganha um cenário à parte quando passa sob as duas pontes, a férrea e a Demócrito Rocha, na rodovia CE-060. O cenário também atrai moradores e curiosos que passam a visitar o local. “O Rio Jaguaribe, ao longo desses últimos anos, registrou três grandes cheias aqui em Iguatu, em 1974, 1985 e 2004. Foram essas três. Todo ano tem enchente no rio, mas a de expandir em alto nível para causar calamidade total na cidade foram essas três as maiores”, ressalta o observador que diariamente, duas vezes ao dia, faz anotações sobre o nível do volume do rio, às 7h e às 17h. Os dados coletados são anotados e enviados para a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), e para a Agência Nacional das Águas, (ANA).
Veja a entrevista com o observador hidrológico do Rio Jaguaribe José Cieudo da Silva
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