O rio Jaguaribe alcançou na manhã desta sexta-feira, 11, quase 4 metros de altura (3,94m). Toda a água que escorre segue em direção ao açude Orós, que está com 23,14% da capacidade de armazenamento.
O comportamento das águas do rio das onças é monitorado duas vezes, diariamente e durante todo o ano. Cieudo Silva, observador pluviométrico, é responsável pelas anotações às 7h e às 17h. Os dados coletados são enviados para a Agência Nacional das Águas (ANA) e para a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O volume de água varia de nível, dependendo das chuvas, como explica o coletador. “Quando o inverno é muito rigoroso, justamente os meses de março e abril, dois meses mais chuvosos, os açudes todos cheios para transbordar, caem aqui no rio. As pessoas ficam de olho para que não tenha uma enchente para que não sejam removidas de suas casas”.
Nesse período da quadra chuva, o aumento do nível do rio interrompe a passagem de moradores de comunidades ribeirinhas para a sede. Muitas pessoas aproveitam a cheia para o lazer ou somente observar o bonito cenário formado pela água. A dona de casa Sandra Batista, que mora no Cardoso, levou o filho Artur, de 1 e 4 meses, para conhecer o rio cheio pela primeira vez. “Mudou muito. Antes era mais diferente. Há muito tempo, a gente vinha, lavava roupas, tomava banho, fazendo pic-nic no rio. Era muito bom. Trouxe ele aqui pra registrar esse momento.”
Alegria
O Jaguaribe, que nasce nos Inhamuns, é importante também para o abastecimento de poços, criação de animais, pesca e agricultura irrigada. Ver o rio cheio traz alegria para muita gente. “O rio cheio é sinal de boas chuvas. A gente tem esperança de colher aquele milho, arroz, feijão que a gente sempre planta. Pra gente é só alegria ver esse rio assim. Nós que aproveitamos para fazer uma pesca e garantir um peixe para Semana Santa, só podemos agradecer a Deus mesmo por essas chuvas”, contou o agricultor Ricardo Patrício.
Preocupação
Se por um lado o rio traz alegria para quem vive no campo e depende da pesca, por outro a falta de infraestrutura adequada e as agressões ao meio ambiente acabam gerando transtornos principalmente nas cidades. O rio Jaguaribe, ao longo dos últimos anos, registrou três grandes cheias históricas em Iguatu: 2004, 1985 e 1974.
Iguatu registrou nesta sexta-feira apenas 39mm, mas necessário para o acumulo de água em ruas e avenidas do Centro e bairros periféricos da cidade. “Naquele tempo que deu aquelas cheias, as ruas ficaram tudo dentro d’água. Imagine agora. Iguatu fica pior. Cobre tudo. As pessoas não ligam para nada. Muito esgoto escorrendo para dentro do rio, lixo, entulho”, comentou o aposentado Antônio Teixeira.
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