Para Francisco Maia, meu pai. In Memoriam
Quando o caminho é feito de distâncias,
Chorar – meu pai! – é tudo o que nos resta.
Da Luz passa-nos n’alma uma fresta…
Desejos rotos d’Amplidões e ânsias…
O perdão molha as fundas cicatrizes;
Sempre seguir – meu pai! – longe é o Horto!
Apenas dorme tudo o que é morto
Na jornada das sombras infelizes…
Brilha o sol, mas o dia é de morte,
Com os sons que não queremos ouvir.
Ah, se de nós pudéssemos fugir!
Errantes somos de uma escura sorte!
Farnel não leves ou duro cajado
Para amparar-te. Os passos são etéreos…
Os guias o que são, senão mistérios?
Nesta trilha de um Sonho Recordado.
Cumpriremos batalhas dia a dia;
Não importa o vencido ou o vencedor.
A tarde morre… e é triste o seu fulgor.
Perde-se cada nota de alegria.
Foi-se o que sonhava. Jazem fragrâncias…
Onde dorme o herói do último vinho?
Quando o destino é feito de distâncias,
Chorar – meu pai! – faz parte do caminho!!!
Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)
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