O fato mais recente em meio a instabilidade política vivenciada pelo município de Iguatu aconteceu nesta quarta-feira, 04. O presidente da Câmara Municipal de Iguatu (CMI) empossado no domingo, 01, José Ronald Gomes Bezerra, 62, (REPUBLICANOS) assumiu a prefeitura da cidade três dias depois, em nova cerimônia no parlamento iguatuense.

O novo gestor é o terceiro prefeito da cidade em um intervalo de pouco mais de três meses a assumir o cargo. O fato acontece após findar o mandato de Eliane Braz (PDS) como presidente do legislativo e a indefinição sobre o retorno dos mandatos do prefeito e vice Ednaldo Lavor (PSD) e Franklin Bezerra (PSDB) afastados e cassados por abuso do poder pelo desvio de finalidade do uso da mídia institucional da Prefeitura, especificamente da página do site do Município, da página do Facebook e do Instagram.

A posse de Ronald foi prestigiada pelos políticos, secretariados e aliados. José Ronald Bezerra (PSD), 62, foi eleito pela primeira vez em sua vida pública presidente da Câmara Municipal de Iguatu (CMI). O parlamentar, advogado de profissão, encontra-se em seu sétimo mandato no legislativo da cidade e o mais novo fato inédito de sua vida pública será assumir o executivo. “Confesso que não me preparei para isso [governar a cidade]. Mas acredito que conseguirei, com ajuda dos nossos líderes Ednaldo e Eliane. Já traçamos uma série de reuniões para definirmos nosso plano de trabalho em frentes como saúde, infraestrutura e assistência social”, afirmou Ronald.

A semana foi marcada pelo desligamento de todos os funcionários de cargos comissionados e secretariado. Nos bastidores se desenha uma nova definição administrativa do funcionalismo junto com adequação da folha salarial.

Eliane além de avaliar seu período à frente do município em seu discurso na solenidade de posse, antecipou que deve assumir a câmara federal. “Foi um desafio, mas que demos nossa contribuição. O que desejamos é que Ednaldo volte a governar e cumprir com seu mandato que o povo lhe confiou. Volto a câmara, já informando que deverá ser pouco tempo. Aceitei o desafio do meu partido de assumir o assento no parlamento federal. Espero honrar o povo da nossa região centro-sul por bom período”, afirmou Eliane, também suplente de deputada federal.

Com a saída de Ronald da Câmara assume seu lugar Alisson Barreto (PSD) que tomou posse no mesmo dia. O vereador Marconi Filho (PDT), vice-presidente, comandará os trabalhos do parlamento ao lado de Bandeira Jr. (PSD), mesmo em período de recesso até o final de janeiro a CMI pode ser convocada em regime de urgência.  “Temos essa missão. Meu desejo é que essa celeuma jurídica seja resolvida com maior rapidez possível. Mas o que nos cabe é dar curso aos trabalhos e a câmara será parceira da população iguatuense”, afirmou Marconi.

Impasse

O julgamento do afastamento do prefeito e vice deve não ter novidades até a volta do recesso jurídico. Conforme especialistas, os recursos e embargos devem passar por apreciação entre março e abril, caso ainda aguardando o parecer do relator. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem funcionado em regime de plantão desde 20 de dezembro. Os julgamentos em plenário devem retornar no dia 01 de fevereiro. “Acreditamos que haverá jurisprudência no nosso caso que credito ser pura perseguição política. Estamos atentos aos prazos e o fato de a eleição suplementar ter sido suspensa foi um passo importante para retomarmos o governo”, afirmou Ednaldo.

Pré-campanha

A cena política de Iguatu efervesce, e desde então um ritmo de pré-campanha cresceu e mobiliza siglas tradicionais e a militância local sob dois nomes: Ilo Neto (PSB) e Sá Vilarouca (PT). Mesmo sem data para ocorrer um pleito antes de 2024, os dois, vêm se reunindo com correligionários e mantendo uma agenda política. O comportamento mostra que ambos acreditam que a decisão pode ser revogada, e se caso se confirme, a cidade que vive um clima de instabilidade política pode ter o quarto prefeito(a) em um intervalo de menos de um ano.