Com as medidas restritivas por conta da pandemia da Covid-19, o Carnaval foi cancelado no estado, e o comércio pôde funcionar normalmente. Em Iguatu, que não tem tradição de Carnaval, a movimentação no período foi considerada bem tranquila, principalmente na área do comércio. Movimentação maior foi na área do mercado central, na Avenida Agenor Araújo, mas feirantes e poucos comércios abriram.

Francileudo de Souza trouxe peixe do açude Orós para vender. “A movimentação foi bem tranquila. Na terça-feira, espero vender mais no sábado, que tem feira. Tem maior movimentação, já que o Carnaval passou. Mas foi bom. O que se vende é lucro”, comenta o vendedor.

Já dona Zefinha Amorim, que trabalha na feira há mais de vinte anos, não teve do que reclamar. Na banca dela, em frente ao mercado público, feijão-verde, jerimum, maxixe, ovos e a galinha caipira foram bastante procurados. “A galinha foi vendida ligeirinho. Já tenho uns clientes que compram comigo e sempre tem outro que aparece. Esse período de Carnaval que a gente pode trabalhar foi bem melhor do que tudo fechado, como nos anos anteriores. Sábado é melhor ainda. A feira ferve”, afirma, dizendo que os produtos que vende são trazidos direto da roça.

Produtos bastante apreciados pela professora Gorete Oliveira, que aproveitou a folga sem ter aula para comprar ingredientes para o almoço em família. “O Carnaval em família ainda segue restrito por conta da pandemia. Meu irmão que vinha todo ano, mais um ano não vem para cá. Até porque no estado não teve ponto facultativo, mas, se Deus quiser, todo mundo se vacinando, essa doença vai acabar”, disse.

Agências bancárias, escolas particulares e órgãos municipais fecharam nesse período, com ponto facultativo decretado pela Prefeitura Municipal. Como não houve feriado, o comércio segue funcionando normalmente. “Mesmo sem ser ‘feriado’, no centro comercial, poucas lojas abriram. A gente aqui vem funcionando a semana toda. Foi bom. Na terça-feira, teve uma movimentação mais fraquinha, mas continuamos vendendo. Temos que aproveitar e continuar vendendo, diante de momentos difíceis de lenta recuperação, que vive nossa economia”, pondera a vendedora Andreza Gomes, que trabalha em uma loja de calçados.

Novo decreto

Novo decreto libera eventos sem limite de capacidade no Ceará, mas com exigência da terceira dose conforme foi anunciado pelo governador Camilo Santana, nesta sexta-feira, 04, nas redes sociais. Com a decisão, eventos sociais, festivos e esportivos em ambiente controlados passam a poder funcionar sem restrição de capacidade. “Por conta desses números favoráveis, o comitê tomou as seguintes decisões: eventos sociais, festivos e esportivos controlados, respeitando a capacidade de seus espaços, com a obrigatoriedade do passaporte da vacina com as três doses, para pessoas acima de 18 anos, e com o uso da máscara, poderão funcionar sem limite de público”, informou o governador. As novas regras passam a valer a partir da próxima segunda-feira, 7.

De acordo com o decreto que será publicado, para as demais atividades econômicas que necessitam da apresentação do passaporte vacinal, como restaurantes, a exigência das três doses irá vigorar a partir do dia 21 de março. O documento também informará que não haverá mais obrigatoriedade da máscara N95, com exceção das atividades que exijam no seu protocolo.

De acordo com informações da Secretaria da Saúde, o cenário epidemiológico continua favorável, com dados animadores. “As pessoas que vêm sendo atendidas nas unidades de atendimento com síndrome respiratória dando positivo para covid-19 vêm reduzindo. Chegamos a ter 80% e hoje estamos com 2,1% de positivos”, ressaltou Marcos Gadelha, gestor da Sesa.

Em relação ao balanço da vacinação no Ceará, 80,3% da população cearense, acima de cinco anos, está vacinada com as duas doses, e 43,4% com a dose de reforço. “Na grande maioria dos casos os sintomas foram leves. As pessoas que não se vacinaram ou que tinham muita comorbidade foram as que mais tiveram que se internar ou chegaram a óbito”, destacou o governador.

A tendência contínua de queda para novos casos de covid-19 e óbitos decorrentes da doença no Ceará fez com que o Comitê de Enfrentamento à Pandemia deliberasse por novas regras.