O universo que envolve os pet shops é muito vasto. Passar por dentro dele para melhor entendê-lo é o desejo de muitos. Desde que se estabeleceram, esses locais são muito além do que loja de produtos e oferta de serviços, porque são os endereços aonde as pessoas costumam deixar seus animais para tosa, banho e outros cuidados. Mas é salutar lembrar que no cenário atual em Iguatu há dissonâncias entre prestadores de serviços e usuários. Por alguma razão, essas duas peças não se encaixam. São dois mundos que não se conectam, embora um dependa do outro para sobreviver. O setor cresce vertiginosamente, mas aparentemente cada um tenta fazer do seu jeito. O resultado quase sempre é abaixo da expectativa, porque todos estão na mesma área, mas ninguém sabe de ninguém, nem todos sabem individualmente quem é quem e o que está fazendo.
Considerando que o mercado pet foi um dos que mais cresceu nos últimos cinco anos, lamentavelmente as empresas não atentaram para este fator econômico relevante e não fizeram investimentos para ampliar a oferta de serviços. Resultado: hoje, pelo menos em nível de Iguatu, o que se vê é elevada demanda de animais para serem cuidados, pet shops lotados, reclamação, espera e clientes insatisfeitos.
O servidor público Laerte Bezerra estava numa clínica veterinária, com a filha Kilvia, buscando produtos para um gato que a família tem em casa. Ele avalia que os serviços estão aquém do desejado. Recentemente, ele perdeu um animal por causa de um procedimento malsucedido. Laerte enxerga deficiências no setor e na sua concepção isso é incompatível com um mercado em ascensão como o mercado pet.
Outra consumidora de produtos é a vendedora Cícera Duarte, 42. Ela mora na Rua Ralf Cavalcante, bairro Cocobó. A cada três dias, vai ao pet shop para comprar ração. Ela mantém em casa 15 gatos. Segundo Cícera, são animais abandonados, mas ela não está sozinha, sua irmã cria mais 10. Cícera levou duas de suas gatinhas para um procedimento de esterilização.
Sincronia
Atuando no segmento desde 1995, Manoel de Souza Ciríaco, 40, começou como empregado, hoje tem seu próprio negócio, uma loja pet shop na Av. Perimetral. Gera sete empregos, oferece uma gama de serviços aos usuários e já pensa em ampliar o espaço, por causa da procura. Ele acredita que o mercado é bastante promissor, mas também defende que os profissionais devem estar qualificados, principalmente quem vai atuar na área de serviços, para trabalhar com banho, tosa, transporte, vacinas, medicamentos, alimentos e outros. Quando o assunto é negócio, vocação, dedicação, ele é enfático: “Uma coisa que não se pode abrir mão neste segmento é a condição de você gostar do que faz, você precisa amar essa relação com os bichos; do contrário, não vai rolar uma boa sincronia”, lembrou.
Por necessidade e com tanto animal para tratar, sem local adequado, as clínicas veterinárias foram surgindo. Na Rua Cel. Virgílio Correia está uma delas. A veterinária Bruna Freitas, que atende no local, é dona de uma rotina diária de atendimentos a animais (geralmente cães e gatos) que chegam. Ela afirma que os cães são mais susceptíveis às doenças do que os gatos. “Neste período aumenta significativamente o número de animais doentes, principalmente acometidos pelas diarreias e vômitos, e isso faz movimentar também o setor aumentando a procura pelos serviços de consultas, internação e medicamentos”, disse.
No universo dos pets com a oferta de serviços de banho e tosa e transporte, em média são 12 empresas funcionando em Iguatu com endereço físico, incluindo as clínicas médicas veterinárias. A maior dificuldade do cliente que usa os serviços e busca os produtos (ração, medicamentos, acessórios, brinquedos e outros apetrechos para os animais) é não saber quem faz o quê e onde.
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