O projeto Ouro Branco, uma iniciativa de extensão da Universidade Federal do Cariri (UFCA), realizou o primeiro Simpósio Cearense do Algodão em Iguatu-Ceará, nesta quinta-feira, 18, e sexta-feira, 19, no campus Humberto Teixeira. O evento, que também foi promovido pela Associação dos Produtores de Algodão do Estado do Ceará – APAECE em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, teve como objetivo apresentar as ações de fomento à produção de algodão.
Felipe Câmara, coordenador do simpósio, destacou a importância de propagar a “produção sustentável, inteiramente contextualizada no semiárido nordestino”. O evento contou com a participação de pesquisadores, profissionais e empresários, buscando uma interação entre os diversos atores da cadeia produtiva do algodão.
Na abertura do seminário, Márcio Portocarrero, Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa, falou sobre a importância do associativismo na cadeia produtiva do algodão. Lício Sairre, Diretor Executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão – Amipa, apresentou o caso de sucesso de organização de produtores de algodão do Estado de Minas Gerais.
O empresário Airton Carneiro, presidente da APAECE, presidiu um debate sobre a mecanização da lavoura algodoeira na sexta-feira. O debate contou com palestras de Cláudia Araújo, representante de uma empresa distribuidora de tratores, e de Tiago Oliveira, gerente técnico da Agrícola Famosa, que abordou o uso de drones na pulverização de áreas agrícolas.
O Banco do Nordeste apresentou, no fim do seminário, todas as linhas de crédito disponíveis para o financiamento de projetos ligados à cotonicultura no Ceará e em toda a região nordestina.
Atualmente, Iguatu tem sete produtores de algodão e a última produção envolveu 40 hectares. O Brasil é o quarto maior produtor e o segundo maior exportador de algodão do mundo, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No Ceará, até os anos 60, o estado era o segundo maior produtor do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo.
Bicudo
De acordo com Sebastião Cavalcante, professor do Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade (CCAB/UFCA), as lavouras de algodão existentes no estado naquela época foram devastadas pela proliferação do besouro bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), principal praga desse grão nas Américas. “Desenvolvemos uma metodologia de uso de sementes convencionais, não transgênicas, e também o uso de produtos biológicos [em vez de venenos, para evitar o crescimento desse besouro nas plantações de algodão]. Conseguimos controlar o bicudo e estamos produzindo uma média de 150 arrobas [de algodão], mas tem gente que já produziu 300 arrobas por hectare”, explicou Sebastião. Uma arroba equivale a 14,688 kg.
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