Sobre o debate na Band

03/09/2022

‘‘Qual o melhor dos governos? Aquele que nos ensina a governarmo-nos a nós próprios.’’ – Johan Wolfgang Von Goethe

No debate dos presidenciáveis do último dia 28, na Bandeirantes, pudemos por fim analisar as propostas dos candidatos ao pleito do maior cargo do Executivo. Confesso que, para além dos temas sérios, como corrupção, saúde, educação, segurança pública etc, ri bastante dos embates entre Bolsonaro (PL) e Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Lula. O petista, como vimos, não foi nada bem – o que era de se esperar, haja vista o passado nebuloso do líder do PT, bem como o do seu partido, que há muito não é sequer sombra do poder e respaldo que já obtivera um dia. O Petismo, todos com o mínimo de bom senso devam lembrar, jogou a confiança e o respeito do povo na vala da corrupção mor já existente no planeta Terra.

Deixando o desastroso lulismo de lado, vamos falar brevemente sobre os demais candidatos. Simone Tebet (MDB), confesso, surpreendeu-me pela oratória bem construída e eloquente. Não fosse a conhecermos por considerar, por exemplo, o construto histórico em detrimento da biologia, fatores que diferenciam homens de mulheres, certamente me encantaria por um ou outro posicionamento dela, como a questão do apoio ao agronegócio, mantendo pontos de preservação da natureza e das terras indígenas – ao menos é o que ela diz defender: uma política sem dicotomia. Por outro lado, posicionamentos como o apoio ao desarmamentismo, faz com que mostre a sua prejudicial verve esquerdista. Assim sendo, não me agrada essa espécie de híbrido entre pontos classicamente esquerdistas e direitistas.

Não vou perder meu tempo em relação a Soraya Thronicke (União Brasil). Como sempre, vive a ver machismo em todo e qualquer debate entusiasmado entre homem e mulher. Vê machismo e misoginia em toda esquina, para se promover no já cansativo e vencido mote feminista. Não cola mais. É uma candidata que se leva a sério demais. Muito a sério. Pediu até reforço à sua proteção, sendo que não disse nada impactante ou comprometedor, como afirmara que diria. Trata-se do velho sensacionalismo para a autopromoção. É apenas uma candidata risível, nada mais.

Com relação ao Felipe d’Avila (NOVO), não tenho muito o que falar. Um homem de boas ideias liberais, confesso, mas que ‘‘não fede nem cheira’’, digamos assim. Essa foi a impressão que tive, ao menos. Mas, com relação à sua participação no debate, não considerei como expressiva, por isso dediquei-lhe apenas estas poucas linhas.

Mas as melhores partes, sem dúvida alguma, ficaram por conta dos senhores Ciro Gomes e Jair Bolsonaro em relação ao Lula. O primeiro, após tentativa frustrada do petista em cativá-lo, fora chamado de ‘‘encantador de serpente’’. E, claro, virou até meme o ‘‘Você não foi para Paris porque estava preso’’, pronunciado – ainda que com o seu microfone desligado – quando o senhor Luiz Inácio desejou que o pedetista não fosse para a capital francesa ao término das eleições deste ano.

Já o segundo, o Bolsonaro, levou a crueza ao extremo quando tocou na grande ferida do PT: a corrupção. Ficou claro o desconforto do Lula. Chegou a ficar sem saber o que dizer, deixando o silêncio sepulcral estimular um sorriso irônico no rosto do presidente do Brasil. Isso sem falar em frases como ‘‘Que moral você tem pra falar de mim, ex-presidiário?!’’ ou ainda a maldita frase “Ainda bem que a natureza criou o monstro do coronavírus”, proferida, certa feita, por Lula e relembrada pertinentemente por Bolsonaro.

Mas uma coisa Lula e Ciro tem em comum nesse debate: ambos criaram um mundo de fantasia para as suas respectivas gestões. Gostaria de ter morado no Brasil maravilhoso pintado pelo petista, bem como no Eldorado-Ceará imaginário do sofista Ciro. Ora, senhores, no mundo real, nesse quadro pós-pandêmico, por exemplo, com lockdowns aviltantes ao comércio em todas as suas ramificações, com políticas públicas emergenciais criadas para atender às demandas sociais, é inegável que, apesar de desestruturar o mercado, estamos superando bem, nos recuperando desta imensa gama de prejuízos, graças às ações do Estado.

Não reconhecer isso é querer enxergar apenas o impossível: o utópico mundo do petista e/ou do pedetista. Na vida real, no mundo real, as coisas são bem diferentes. E é nele que a atual gestão está verdadeiramente trabalhando. Imaginemos o que seria se estivéssemos passados por tal danação em uma gestão de esquerda! Estaríamos em péssimos lençóis, disso eu tenho certeza. O liberalismo econômico e o povão estariam fadados a viver em uma espécie de puro assistencialismo comunal, talvez. Um welfare state tupiniquim piorado, sem dúvida alguma. E sabemos o que acontece com um Estado inchado e interventivo na vida social e econômica de uma nação: despotismo!

Ora, senhores, deixemos as brincadeiras e fanatismo torpe de lado, e olhemos com atenção para a política em sua essência e razão de existir, que seja, gerir o bem-estar coletivo. Claro que a identificação ideológica de direita, esquerda, centro, é um direito que assiste a todos nós; mas não permitamos que tal posicionamento nos vende os olhos para fatos incontestes como a corrupção, por exemplo. Espero que o preclaro leitor assista e leia às propostas de todos os candidatos e, após isso, reflita com atenção e cuidado para, após isso, poder escolher melhor os seus candidatos a deputado federal, deputado estadual, senador, governador e presidente.

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