Há que se fazer uma distinção entre respeitar a diferença e respeitar a ignorância malévola. No primeiro é necessário aprendermos a conviver com quem puramente pensa diferente de nós; no segundo caso, ao contrário, respeitar quem assim age, é ser conivente com o mesmo. Mas afinal, como reconhecer a situação onde há um debate honesto entre opositores ideopolíticos, de um campo de batalha onde o modus operandi é, forçosamente, aviltar e suprimir o pensamento alheio de forma a torna-lo tão exíguo quanto possível?
Pois bem, caro leitor, o reconhecimento para não sermos enganados vem somente através leitura. Eis a égide, o elmo necessário para que possamos não ser ludibriados pelos que jogam sujo. Somente através do conhecimento, poderemos reconhecer de fato quais as verdadeiras ações que agem sobre o indivíduo e sobre a sociedade como um todo.
Não confunda “respeito às diferenças” com tolerância a toda sorte de perniciosidade e estupidez perpetrada por doutrinadores e similares. As faculdades estão apinhadas deles; cuidado. Diante tal fato, não há o que fazer senão reduzir esses senhores, fazê-los compreender que não somos massa de manobra, idiotas úteis!
Claro que eles não esboçam os seus verdadeiros intentos (seria esperar demais). Os ideais estão sempre implícitos, imersos em tautologias e prolixidades, como o Ciro Gomes, por exemplo. Falam em justiça e igualdade social, mas adoram o dinheiro que não é o deles; adoram uma segregação (mas lembrem-se, lutam por igualdade!).
Direciono-me, agora, aos jovens: Leiam, meus caros, leiam… repito isso a exaustão nesse nosso periódico! Leiam para que não sejam enganados, ludibriados, persuadidos pelos que querem a sua “alma ideológica”. Leiam sobre o que eles defendem e acreditam. Leiam sobre o que vocês também defendem e acreditam. Depois disso, terão o acervo de conhecimento necessário para andar por si só.
Se aceitam uma dica desse velho que vos escreve, indico começarem pelos filósofos gregos. Estudem sobre a pólis, os contratualistas, os iluministas e tutti quanti… Enfim, o básico do básico da filosofia, da política rudimentar até as atuais. Mas não fique na superfície. Passei pela literatura francesa, russa, portuguesa, inglesa, estadunidense e nacional… Feito isso, verás que o trabalho valerá a pena.
Não serás enganado por qualquer sofista mimizento e borra-botas literário. Pseudos estão em toda parte, todo bar: do mequetrefe ao chique… certamente encontrarás uma porção deles, e não será difícil reconhecê-los quando se está munido do conhecimento genuíno, honesto e libertador.
Boa leitura!
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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