Sonora Brasil oportuniza diversidade de produção cultural por meio da música para o público

21/09/2024

O teatro Sabino Antunes em Iguatu voltou a receber o Sonora do Brasil, programa desenvolvido pelo Sesc Nacional, que chegou a 26ª edição e tem como objetivo apresentar programações musicais com temáticas relacionadas à cultura brasileira. O projeto traz no biênio 2024/25 shows inéditos, criados a partir da mistura de diferentes ritmos e vivências de artistas de diversas gerações, seguindo a temática: “Encontros, tempos e territórios”.

Iguatu recebeu apresentações dos pernambucanos Mãe Beth de Oxum, Surama Ramos e Henrique Albino, que integram o circuito Norte, Nordeste e Centro-Oeste e os paraenses Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro, pai e filho, que apresentam a fusão de ritmos amazônicos, como a guitarrada, a lambada e o carimbó, à música eletrônica e pop.

O programa destaca o aspecto fundamental, que é o olhar, a escuta e a valorização das territorialidades, da diversidade e das memórias por meio da expressão de seus autores e intérpretes. “O Sonora Brasil é do Departamento Nacional do Sesc, desde 1998 que foi criado e o objetivo é difundir a arte, a cultura, que provavelmente não estão muito na mídia. O Sonora Brasil, tem uma curadoria que escolhe as temáticas e levar ao Brasil inteiro essa cultura, essa arte, essa tradição, e resistência.”, pontuou Raimundo Neto, gerente do Sesc em Iguatu, ressaltando que além da arte, da cultura a conscientização de valores conforme foi apresentado para o público que lotou o teatro. “Recebemos esta semana Mãe Beth de Oxum, e ontem, sexta-feira, Manoel Cordeiro, com estilos diferentes e originais. E estivemos com a casa cheia”.

 

Sonora Brasil

Criado em 1998, o Sonora Brasil é parte integrante da proposta de desenvolvimento cultural e artístico promovida pelo Sesc de valorização, preservação e difusão do patrimônio cultural-brasileiro. “Apresentamos aqui nesse espetáculo, o encontro da minha ancestralidade, da minha família, desse coco secular que vem dos avós, dos bisavós. O maestro Henrique Albino com a cantora e arranjadora vocal Surama Ramos, nessa perspectiva de trazer a música ancestral e a música contemporânea. Fazer a plateia dessa cidade conhecer as nossas trajetórias musicais, o coco, o maracatu de baqueirada, o samba e o ijexá, o coco psicodélico como esse Cabeça de Rádio, que questiona a questão da comunicação que esconde essas tradições”, destacou a mestra da cultura e ialorixá, Mãe Beth de Oxum. “É isso é um encontro onde a gente pode ter oportunidade de fazer um som, onde os terreiros são protagonistas, onde a gente pode trazer a ancestralidade, a modernidade a contemporaneidade, o beats com arranjos com sax, flauta e com muitos tambores, trazendo esse universo da cultura afro-brasileira. Pra gente percorrer capitais e cidades do interior do interior e também aqui do Ceará, é um prazer enorme está se desescondendo esse país, desescondendo a cultura desse país. Feliz demais com esse programa do Sesc Nacional, que nos recebeu tão bem com esse espetáculo que remete as nossas tradições, nossa ancestralidade”, disse.

O objetivo é apresentar ao público as mais diversas produções culturais. Por meio de apresentações musicais comentadas, mapeia e incentiva desde manifestações de territórios isolados até novas experiências de fruição musical, aguçando a percepção sobre a pluralidade étnico-culturais no Brasil. “A gente construiu esse espetáculo nas músicas, no terreiro de Mãe Beth, adicionei também minha filosofia de música, que chamo de música troncha, que desafia quem compõe, quem interpreta e quem ouve. É uma música muito pensada. Não é uma música de qualquer jeito, pelo contrário a gente se aprofunda ao máximo da música, procurando quais as infinitudes de possibilidades, dentro do coco de umbigada a gente tem infinitas possibilidades”, acrescentou o maestro, arranjador e multi-instrumentista, Henrique Albino.

Curadoria

Ao entender a música como produto de tempo e território que reflete e dialoga com a sociedade e tempos históricos. A curadoria, composta por profissionais do Sesc dos 27 Departamentos Regionais e três Polos do Sesc representando todos dos estados do Brasil, partiu de uma representatividade das cinco regiões e do conceito de intergeracionalidade e diálogos entre tradição e contemporaneidade, local e universal para selecionar um grupo diverso de 20 artistas. Os artistas foram convidados para se unirem em dez duplas e criarem espetáculos inéditos para o projeto. Os encontros mostram a relação entre tempos históricos e territórios nas criações artísticas e trazem em suas músicas, paisagens de territórios a relação com diferentes movimentos musicais da música popular brasileira nas cinco regiões do país.

Em 2024 cinco duplas circularão pelos estados das Regiões Norte e Nordeste e as outras cinco pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ao todo o projeto passará por 56 cidades realizando um total de 214 apresentações. “É de suma importância que a gente conheça essas pessoas desses lugares. Cada estado tem uma cultura, uma forma de fazer música, uma expressão cultural completamente diferente. Não só dentro do nosso projeto onde a gente pode conhecer a obra de Mãe Beth de Oxum, o coco de umbigada, fazer o som junto como a gente já faz música contemporânea, misturar com a música de tradição oral, que é o coco, além disso ouvir outras bandas, outros projetos, é muito rico conhecer esses músicos e até saber de quem essas composições viajando através da música pela cultura do Brasil. É uma troca riquíssima”, destacou Surama Ramos, professora de música, arranjadora vocal e cantora lírica.

Mãe Beth de Oxum & Surama e Henrique

A Ialorixá, percussionista, ativista e comunicadora Mãe Beth de Oxum se une ao Duo SH, formado pelo arranjador e multi-instrumentista Henrique Albino referência da nova geração do frevo pernambucano e a cantora Surama Ramos, que transita pelo canto lírico e popular, para criarem um espetáculo inédito

Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro

Os artistas paraenses, respectivamente pai e filho, trazem a fusão de ritmos amazônicos como guitarrada, lambada, carimbó à música eletrônica e pop.

 

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