Hoje é bem comum observar o Tapicuru (Phimosus infuscatos) em águas rasas e
alagadas das lagoas de nosso município. Com tamanho variando entre 46 e 54cm de
comprimentos, e pesando entre 493 a 600 gramas, suas penas são negras com
iridescência esverdeado, o seu bico torna sua principal característica, de cor amarela
em contraste com suas penas, e sua cabeça amarela ou vermelho-claro. (Sick/Wikiaves)
A ave Tapicuru pertence a ordem Pelecaniformes, inserida no grupo dos Íbis (aves com
grande bico fino e recurvado), pertence à família dos Threskiornithidae, a mesma do
Tuiuiú (Jabiru mycteria). Seu nome científico é Phimosus infuscatos, phimosus vem do
grego phimos = focinho e infuscatus do latim infuscus = escuro, ou seja, ave escura com
focinho. (Wikeaves)
A espécie que voa plena e serelepe pelos quatro cantos do Céu de Suely, vive
procurando novos pontos de alimentação, em especial costuma ter sua dieta composta
por moluscos e crustáceos, usando um quarto do bico submerso, e assim caminha
lentamente pelo banhado caçando suas presas. (Sick)
O Tapicuru reproduz-se em várias lagoas da nossa cidade, Bastiana e Julião são os
principais pontos, podendo ter até duas posturas/ninhadas por casais em uma
temporada, os animais buscam a vegetação com juncais (coberta com gravetos ou
pequenos galhos) para construção de seus ninhos, ninhos estes que são
arquitetonicamente construídos em vegetação sob água, seus ovos têm coloração
azulada, sendo incubados de 23 a 24 dias. (Wikiaves)
A nossa espécie piloto desta coluna, foi escolhida pela sua importância perante nossas
lagoas e pelo seu ineditismo em nosso estado e região. O Tapicuru foi observado pela
primeira vez na cidade de Iguatu em 07 de junho de 2018 por este que vos escreve, na
magnífica Lagoa da Bastiana, foi um registro raro e valioso para Ornitologia( ramo da
zoologia que estuda aves) cearense, sendo a primeira descrição da espécie
documentada para o estado do Ceará, ainda aumentando sua importância, sete meses
após sua inédita observação, no dia 25 de janeiro de 2019 a espécie foi registrado
nidificando( construindo seus ninhos e reproduzindo) na Água-boa de nosso município,
coincidentemente ou não, o Tapicuru prosperava na comemoração do aniversário de
Iguatu. O que vem a suplicar ainda mais pela imensa necessidade de preservação das
original, levando a extinção regional da maior parte de sua fauna e flora.
Que o Tapicuru e outras aves que frequentam as águas de nossa Iguatu possam resistir
a todas intempéries das ações humanas, que os bons homens se compadeçam e
queiram ajudar, e que para sempre o Tapicuru possa continuar rimando com Iguatu.
Por Allan Marcel
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