Terreno onde será construída a Faculdade de Medicina gera polêmica

07/03/2020

Demora pela vinda, a quase perda para outra região e até mesmo a ‘paternidade política’ são polêmicas que sempre estiveram atreladas à Faculdade de Medicina. A novidade em termos de discussão conectada ao que promete ser um sobressalto no seguimento educacional e até mesmo econômico para a cidade e região fica por conta da futura área em que será construída. O cenário político local por meio de seus grupos voltou a abordar o assunto levantando a hipótese de que houve lobby para escolha da área de construção.

O tema foi levantado em pronunciamento do parlamentar iguatuense Mário Rodrigues (PDT) na Câmara Municipal de Iguatu (CMI).  Conforme o vereador, houve interferência política do gestor local junto à empresa contratada pela instituição acadêmica mantenedora do curso na avaliação de propensas áreas da cidade para construção do campus. “A empresa avaliou 16 áreas em Iguatu, chegou-se a três. Mas não sei por que houve a interferência do prefeito para que não fosse construída em nenhum dos locais onde aconteceram estudos técnicos que comprovaram serem os melhores lugares. A empresa contratada não aceitou a mudança, abandoou a possibilidade de tocar a obra e teve que quebrar os pré-contratos assinados. Qual o interesse?”, denunciou.

As áreas preteridas, conforme o vereador, eram situadas no Bairro Altiplano, Bugi e Planalto. A obra deve ocorrer no Sítio Tanque por intermédio de outra empresa. “Tudo isso fez com que atrasasse o cronograma de início de obra prevista para janeiro e finalização em julho, para que o curso pudesse iniciar em agosto. Soube que a área do Sítio Tanque é insuficiente e que precisa ser acrescida com um terreno institucional”, declarou Mário.

Rebate

A reportagem procurou a assessoria do prefeito que se pronunciou por meio do secretário de Gestão, que rechaçou a denúncia do parlamentar. De acordo com o secretário de Governo, Tácido Cavalcanti, a escolha do terreno não passa por qualquer critério da administração. “Na verdade, a faculdade tem um grupo de empresários parceiros que captam os terrenos e constroem para ela, ou seja, os empresários levantam áreas onde a faculdade pretende se instalar e apresentam individualmente os projetos à direção executiva, que é composta de diversos acionistas. São eles que definem de forma exclusiva o terreno, além de analisarem as propostas de cada empresa. A seleção é feita obedecendo aos critérios técnicos exigidos pela faculdade. A concorrência é apenas entre o grupo de empresários. A prefeitura ou o prefeito não têm como interferir no processo de escolha de área”, explicou Tácido.

Instituição

Procurada pela reportagem para obter mais informações sobre o andamento da implantação do curso na cidade bem como as polêmicas que aparecem indiretamente, até publicação desta matéria não obtivemos resposta da mantenedora.

Saiba mais

O curso de graduação em Medicina, em Iguatu, de caráter privado, será ofertado pela Instituição IREP – Sociedade de Ensino Superior, Médio e Fundamental LTDA, (Estácio) mesma detentora da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte.  A homologação da instituição para cidade de Iguatu chegou a ficar suspensa por força de decisão judicial. Quatro instituições participaram da concorrência para instalar curso de medicina em Iguatu. Duas delas travaram disputa judicial: a Estácio, que oferece curso de Medicina em Juazeiro do Norte, e a INTA, que oferece o curso em Sobral.

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