Tradicional venda do pescado em Iguatu é afetada pela crise do Coronavírus

11/04/2020

O que sempre foi uma tradição virou motivo de frustração. A tradicional comercialização do pescado nos dias que antecederam a sexta-feira santa, no centro de Iguatu foi sensivelmente prejudicada por causa da crise do Coronavírus. Um dos locais de grande circulação e frequência de clientes, o Mercado do Peixe, na Av. Agenor Araújo estava fechado. Os comerciantes do produto atendem o Decreto do governador Camilo Santana que determina o fechamento de pontos comerciais em locais específicos, para evitar aglomerações e consequentemente a transmissão do vírus. Com isto, quem precisava comprar o peixe da Semana Santa teve que improvisar. “Lá em casa nós abdicamos do peixe e comemos queijo e omelete de sardinha, ainda tentei comprar o peixe, mas nos locais onde fui, tudo fechado, acho que muita gente deixou de comprar, viu”, contou o comerciário José Wilson Gomes, 31.

            Os pescados mais vendidos são os peixes de água doce como o Tambaqui, Sardinha, Tucunaré, Curimatã, Piau, Traíra e o mais popular de todos a Tilápia. Este último, por ser um peixe criado em cativeiro e de valor econômico mais acessível é campeão de vendas no período.

            A própria Av. Agenor Araújo, que se transformava num comércio paralelo à céu aberto de venda do pescado, neste ano ficou totalmente vazia, sem a presença dos vendedores e dos clientes. Quem correu aos supermercados ainda conseguiu adquirir o produto, mas com as restrições de funcionamento, muitos estabelecimentos do gênero, sequer disponibilizaram o produto para os clientes.

            Em épocas normais deste período, nos dias que antecedem a Semana Santa, aumenta sensivelmente a procura pelos produtos que vão compor o almoço da sexta-feira santa e a tradicional Ceia da Ressurreição, como o vinho, pão, queijo, bacalhau, verduras, vegetais diversos e o tradicional peixe de água doce. Naturalmente há uma corrida dos consumidores para os pontos de venda desses produtos para abastecer as casas, já que na Sexta-Feira Santa, o comércio não funciona. Mas neste ano, foi tudo diferente.

            Até mesmo a comercialização do peixe de água salgada, produto também muito procurado no período da Semana Santa foi afetada por causa da crise. A casa de pescados, Pai Dunga, na Av. Agenor Araújo, que registra grande fluxo de clientes no período, neste ano percebeu que as vendas diminuíram bastante. O empresário, Roberto Bezerra que trabalha com a venda dos pescados do mar há mais de 25 anos revelou que nunca, no período, em duas décadas e meia de trabalho as vendas tinham ficado tão em baixa. Na loja dele é comum encontrar vários tipos como Cavala, filé de Pargo, Camarão, Bacalhau, filé de Merluza, Sirigado e o filé de Salmão. Entre o preço mais em conta e o mais elevado, o consumidor pode encontrar o filé de Merluza por R$ 22,00 e o filé de Salmão por R$ 75,00. Este último, um produto nobre importado do Chile, onde a criação é feita em cativeiro. Roberto lembrou que o Salmão, pescado típicos das águas frias do Oceano Pacífico, só é encontrado na China.

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