O açude Roberto Costa, popularmente conhecido como Trussu, é estratégico para o abastecimento das cidades de Iguatu e de Acopiara, na região Centro-Sul do estado. O reservatório recebeu recarga de 0,62% em janeiro e chega ao fim do mês com volume de 24,67%. O aporte foi graças às precipitações localizadas da pré-estação chuvosa no Ceará. Em janeiro de 2020, o reservatório estava com 19% da capacidade.
O ganho representa um pouco mais de 1m60cm do seu nível. Em dezembro o Trussu tinha 24,05% e chegou nesta sexta-feira, 28, a 24,67 %. Apesar do bom início e ainda faltando três dias para o seu fim, o mês em aporte não supera ao do mesmo período do ano passado. Na época, em 31 dias o reservatório obteve um ganho de 2%.
Em 2012, o açude Trussu, a exemplo de outros no Ceará, entrou em curva decrescente de perda de volume em decorrência do ciclo de seca que castigou o Estado por sete anos. No fim da quadra chuvosa (maio) de 2012, o reservatório acumulava 94%. Cinco anos depois, em janeiro de 2017, estava com 13,62% do volume e, no mesmo período de 2018, chegou a 7,82. Em janeiro de 2019 caiu ainda mais e estava apenas com 3,3%. Em janeiro de 2020, o reservatório estava com 1,31% da capacidade, seu pior nível da história.
O Trussu começou a se recuperar e no final de maio de 2020, fim da quadra chuvosa, terminou com 24,5%, suficiente para tirar as cidades de Iguatu e de Acopiara da crise de abastecimento na época.
Fé
O superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Iguatu, Demir Amorim, ressaltou que “o Trussu começa bem atual quadra chuvosa. O bom seria que no fim de maio próximo o Trussu estivesse entre 40% e 50% de seu volume para dar segurança hídrica ao abastecimento de Iguatu e Acopiara por pelo menos três anos”, avaliou.
O agricultor Antônio Assunção, morador do sítio Volta, no entorno do Trussu, acredita que as chuvas serão intensificadas a partir da segunda quinzena deste mês. “A gente espera mais chuva no fim de fevereiro e em março”, disse. “Tenho fé de que o inverno vai ser bom”.
Ceará
O Ceará está, atualmente, com dois açudes pequenos sangrando, mas os grandes reservatórios continuam com volume abaixo de 30% de suas capacidades. As informações estão disponíveis no portal hidrológico da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh). O açude Germinal, no município de Palmácia, e a Barragem do Batalhão sangraram neste mês de janeiro. O portal hidrológico da Cogerh ainda aponta que há 71 reservatórios cearenses com volume de água inferior a 30%. Entre eles, estão os três maiores do Ceará: o Castanhão, o Banabuiú e o Orós.
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