Trussu sem alocação de reserva hídrica após decisão de comitê

11/07/2020

Os reservatórios passam por um ciclo de alocação negociada de água que define as operações e vazões de retirada dos reservatórios para o segundo semestre. Na região onde está inserida na bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, o comitê traçou medidas para parte dos dezenove açudes monitorados pela COGERH – Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos. A decisão priorizou a demanda para o abastecimento humano nos municípios, devido à baixa acumulação de água nos reservatórios. Os açudes Roberto Costa (Trussu-Iguatu) e Faé (Quixelô), em específico, não terão sua alocação da reserva hídrica.

Por motivo da pandemia do novo coronavírus, a alocação para a liberação de água dos reservatórios no corrente ano foi decidida pelo comitê, ou seja, não haverá as reuniões para tratar deste tema com as Comissões Gestoras dos respectivos açudes, assim como a sociedade de maneira geral.

O colegiado, baseado nas informações técnicas da COGERH, decidiu as vazões médias dos reservatórios monitorados possíveis de liberação, que ocorrerá no segundo semestre.

Trussu 2020

O Trussu tem capacidade de armazenamento de 268,8 milhões de m³, atualmente conta com um volume de 64,3 milhões de m³, o que significa 23,9% de sua capacidade. Esse bom volume em relação aos anos anteriores é explicado pelos mais de 65 milhões de m³ de aporte recebido no ano de 2020.

Mesmo tendo o melhor aporte desde 2011, o reservatório não ultrapassou os 25%, ou seja, não atingiu um ¼ de sua capacidade. Levando em consideração os baixíssimos aportes entre 2015/2019, a incerteza do próximo período chuvoso, a grande importância do reservatório para o abastecimento das sedes municipais de Iguatu e Acopiara, além de distritos dos dois municípios, a gerência regional apresentou apenas um cenário de demanda para a operação 2020.2 do açude. Cenário com vazão apenas de montante de 200 l/s (captações do SAAE Iguatu, CAGECE Acopiara).

Trussu 2021

Com a decisão, o Trussu sairá dos 64,3 milhões de m³ (23,9%) em 01/07/2020 e chegará em 01/02/2021 com 47,3 milhões de m³ (17,6%), o que significa um rebaixamento de -1,88m de lâmina da água e uma variação no volume na ordem de -16,9 milhões de m³, sendo aproximadamente 78% desse volume consumido pela evaporação e 22% captado na bacia hidráulica. Os números não consideram aporte hídrico através das chuvas durante esse período, e se houver chuvas, esses números tendem a ser melhores no fim da operação vigente.

Quixelô

O açude FAÉ tem capacidade de armazenamento de 19,2 milhões de m³, atualmente conta com um volume de 13,5 milhões de m³, o que significa 70,4% de sua capacidade. Ressalta-se que o reservatório estava seco desde 2016. O manancial está em processo de tabulação de seus dados da batimetria e esses números podem mudar.

A vazão deliberada acabou sendo de montante de 2 l/s (captações difusas e abastecimento provável da comunidade de Carnaubinha do Faé). Conforme a COGERH, ele sairá dos 13,5 milhões de m³ (70,4%) em 01/07/2020 e chegará em 01/02/2021 com 10,7 milhões de m³ (56,1%), o que significa um rebaixamento de -1,46 m de lâmina da água e uma variação no volume na ordem de -2,7 milhões de m³, sendo aproximadamente 98% desse volume consumido pela evaporação e 2% captado na bacia hidráulica.

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