A beleza feminina é sinuosa, feita de petits touts et riens.Caprichosa deveras, mostra-se amiúde numa visão geral, porém muitas vezes oculta-se na exuberância do detalhe. O homem de verdade sempre consegue vê-la. Não há mulher feia. É clichê, però e vero.O álcool, ressalte-se, ajuda a ver melhor.
Traduzimos para o leitor, em versos alexandrinos, um primoroso epigrama colhido da Anthologia Graeca vel Palatina.A obra, como se sabe, é uma recolha de milhares de epigramas escritos em grego e em latim datados desde o período áureo da literatura da Hélade até os tempos bizantinos. Seu autor foi o poeta Rufinus, de quem quase nada se sabe. Supostamente teria vivido no primeiro século da nossa era, ao tempo de Nero. Acrescentamos, qual fino corolário, a tradução clássica em italiano feita por Luigi Siciliani. Provate voi:
LA DONNA GIUSTA
Non una molto magra sceglierti e non una grassa:
Quella che sta di mezzo tra l’uma e l’altra chiedi.
Carne brami nell’uma, nell’altra ne abbondi soverchio;
Non amare il poco, ma non amare il troppo.
Rufinus (I século AD)
A Mulher Perfeita
Nem magra demais uma e nem tampouco gorda:
Escolhei com justeza a que está no meio.
Delgada ela será, mas também com recheio.
O pouco não terás; não terás o excesso.
Tradução: Everton Alencar
Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)
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