“Conservadorismo significa fidelidade, constância, firmeza.
Não é coisa para homens de geleia”. Olavo de Carvalho
Os escritores conservadores, preclaro leitor, são aqueles que se identificam com o pensamento político e social conservador. Eles acreditam na preservação da tradição e dos valores culturais, bem como na importância da ordem social e do respeito pelas autoridades estabelecidas.
Dentre os escritores conservadores mais influentes da história, podemos destacar nomes como Edmund Burke, T.S. Eliot e Russell Kirk. Cada um deles contribuiu para a disseminação do pensamento conservador em diferentes épocas e contextos.
Edmund Burke, por exemplo, é amplamente reconhecido como o pai do pensamento conservador moderno. Em suas obras, ele argumentou em favor da importância da tradição, da religião e da propriedade privada como elementos fundamentais da sociedade.
Já T.S. Eliot, poeta e ensaísta do século XX, defendeu a preservação da cultura ocidental e alertou para os perigos da modernidade e do materialismo. Em seus ensaios, ele argumentou que a civilização ocidental precisava de uma renovação espiritual e cultural para evitar a decadência.
Já Russell Kirk, um escritor e crítico literário americano do século XX, foi um defensor do conservadorismo clássico. Em sua obra “The Conservative Mind” (A Mentalidade Conservadora), ele defendeu a importância da tradição, da ordem social e da religião como elementos fundamentais do pensamento conservador.
Tais escritores conservadores têm desempenhado um papel importante na defesa da tradição, da ordem social e dos valores culturais. Suas obras têm influenciado o pensamento político e social em diferentes épocas e contextos, e continuam a ser uma referência para aqueles que buscam entender e defender a importância da conservação dos valores e instituições tradicionais.
Aqui, por ora, limito-me ao senhor Burke, posto que não haveria como abordar todos teóricos em uma única coluna deste estimado periódico. Vamos a ele. Edmund Burke foi um importante filósofo e político irlandês do século XVIII, cujas ideias conservadoras ainda são discutidas, e debatidas atualmente – felizmente. Burke acreditava na importância da tradição, da estabilidade e da prudência na política e na sociedade em geral.
Para Burke, a tradição não era algo a ser descartado ou ignorado em favor do progresso, mas sim um elemento essencial para a manutenção da ordem social. Ele via a tradição como uma fonte de sabedoria acumulada ao longo dos séculos, que permitia às pessoas compreenderem melhor a natureza humana e a sociedade em que viviam.
Além disso, caro leitor, Burke enfatizava a importância da estabilidade como um valor fundamental da política. O pensador prudente acreditava que as mudanças radicais e as revoluções eram prejudiciais à sociedade, pois podiam causar caos e instabilidade (o que a história provou como certo). Em vez disso, ele defendia reformas graduais e cuidadosamente planejadas que permitissem às pessoas se adaptarem às mudanças sem perturbar a ordem social.
Por fim, Burke era um defensor da prudência na política e na tomada de decisões. Ele acreditava que os líderes políticos deveriam ser cautelosos em suas ações e considerar cuidadosamente as consequências de suas decisões antes de agir. Isso significava que, em algumas situações, era melhor manter o status quo do que tentar mudar as coisas de forma precipitada e ingênua.
Em resumo, e reafirmando, o conservadorismo de Edmund Burke se baseava na importância da tradição, da estabilidade e da prudência na política e na sociedade. Embora suas ideias tenham sido criticadas por alguns como sendo excessivamente reacionárias (ledo engano), elas continuam a influenciar o pensamento político e filosófico até os dias de hoje.
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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