ORATORIUM
À noite, no Oratório, olhai
O rosto dos santos sob as velas…
Tristes… nebulosas aquarelas;
Por nossa alma uma lágrima cai…
Sob as velas os vultos dos santos
Murmuram para nós um Segredo.
Orai à Virgem dos Desencantos;
Estamos sós! A noite dá medo!
ODE
“Esse est percipi”
Berkeley
Num bosque, num recanto mais escuro,
Só o silêncio habita…
Ninguém ali; nenhum fogo crepita.
Não há o passado, o presente ou o futuro.
Um vetusto carvalho, centenário,
De tão frágeis raízes,
Cai majestoso, cumpre o seu fadário,
Sem deixar cicatrizes.
Ninguém o viu cair. (Caiu deveras?)
Jaz em Sombra Fatal.
Há um Ser que vê além das Primaveras
E do Inverno Final!!!
Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)
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