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Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, garantindo pela primeira vez a dignidade humana a todos. Entretanto, os frequentes casos de violência contra o professor impedem que este experimente o ideal iluminista na prática. Com efeito, à redução da violência contra o educador, o debate entre família e escola é medida que se impõe.
A princípio, os níveis de violência contra o professor no Brasil fogem à normalidade esperada por sociedades civis. Nesse viés, pesquisas feitas pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo apontaram que 44% dos docentes que atuavam no estado afirmaram já ter sofrido algum tipo de agressão – verbal, física, vandalismo. Ocorre que, em outros países, como a Romênia e a Coreia do Sul, essa realidade, presente no Brasil, é diferente, uma vez que o índice de violência contra aqueles chega a ser nulo. Portanto, não é razoável que o ultraje à imagem do docente por meio da agressão se mantenha em um país que almeja ser desenvolvido.
De outra parte, a violência na escola é a manifestação da maldade que se banalizou. A esse respeito, a filósofa Hannah Arendt disserta que atitudes cruéis fazem parte do cotidiano moderno, o que define o conceito de Banalidade do Mal. Nesse sentido, a continuidade da agressão contra os professores pode tornar a crueldade – denunciada por Arendt – cada vez mais presente e fragilizar de forma irreparável a harmonia que resta no ambiente escolar. Desse modo, é incoerente que a sociedade busque ser mais pacífica, mas persista em perpetuar a violência nesse meio de socialização.
Outrossim, a precariedade do ensino se mostra obstáculo à redução da agressão ao educador. Consoante a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e Cultura), as escolas de menor desenvoltura educacional – com alunos indisciplinados e com baixo rendimento – apresentam casos de violência mais presentes. Sendo assim, as escolas, em especial as públicas, se inserem entre as estudadas pela UNESCO, pois tendem a demonstrar dificuldade à atenuação da violência contra o professor devido às condutas repugnantes dos alunos e à precariedade das medidas punitivas, o que se mostra grave problema social e deve ser erradicado sob pena de prejuízos à nação.
O ideal Iluminista de dignidade humana, portanto, precisa ser realidade no Brasil. Para tanto, o Ministério da Educação deve problematizar os índices alarmantes de violência contra o professor, por meio de reuniões entre Família e Escola, a fim de mostrar, com clareza, a incoerência de um país que busca o desenvolvimento representar tal regresso na educação. Por sua vez, os próprios professores e estudantes precisam cobrar mais ação do Estado, por intermédio de denúncias realizadas, com o suporte do Ministério Público, contra escolas negligentes, como aquelas que se omitem, a fim de que a agressão contra o educador deixe de ser um problema silenciado.
*Pré-vestibulando
Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte
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