A ideia de criar a escolinha de futebol e o time Residencial Esporte Clube surgiu quando Hélio Silva foi morar com a mãe dele no Conjunto Habitacional Dom Mauro Ramalho, no distrito de Gadelha, em Iguatu. “Eles vêm para cá, ficavam às vezes sem jogar porque não tinham bola. Eu junto com dona Adelaíde, que é uma líder comunitária daqui, fomos atrás de bolas para eles. Conseguimos uma com o secretário de esportes Otacílio Neto, e a partir daí a gente passou a construir esse projeto com os meninos. É muito gratificante ver a felicidade deles. É muito bom ver as crianças se divertindo. A gente passou a disputar amistosos, brincado fora com outras escolinhas. Hoje, estou fazendo esse trabalho, mas pensando no futuro deles, porque muitos têm o sonho de ser jogador de futebol profissional. Alguns querem ser médico, outros querem ser jogador, e estamos aqui para auxiliar nesse caminho dos sonhos deles. Enquanto isso, eu, dona Adelaíde e a mãe de outros dois alunos, que é a Márcia e a Marciana, também estamos sempre incentivando os jovens”, declarou Hélio.
Hélio conta ainda que o projeto, iniciado há menos de um ano, passou a ter mais participantes e despertado o interesse das crianças e adolescentes para a atividade esportiva. “Antes eram poucos os que participavam. Agora mais crianças apareceram. Mais de 30 hoje fazem parte do projeto. A gente conseguiu afastá-los das ruas, da ociosidade. Aqui aprendem a ter disciplina e respeito porque a gente explica, mostra para eles como é o mundo, em que o cidadão de respeito é bem visto em qualquer lugar, seja rico ou pobre, a pessoa deve ter respeito aos outros”, pontuou.
Desafios e sonhos
Diante das dificuldades, Hélio e os poucos parceiros que lhe ajudam estão em busca de melhorar cada vez mais o projeto. O sonho é conseguir o primeiro uniforme para o projeto. “É uma coisa simples, mas que não temos condições de mandar fazer. Às vezes quando vamos para amistosos time do Gadelha, e do Irineu da Escolinha do Roma emprestam o uniforme deles. Estamos lutando para conseguir o uniforme. É um projeto que não temos nenhum recurso financeiro. A gente tira do bolso para tocar as ações, principalmente quando vai participar fora, tem que pagar o transporte, alimentação. Eu não recebo nada e nem cobro nada de financeiro deles. Até porque a gente sabe a realidade da gente aqui”, disse Hélio.
“Para mim, é como se fosse um trabalho, porque tenho que estar aqui todos os dias às 18h e só saio às 21h. É muito gratificante ver a evolução deles. O projeto social desempenha um papel importante no período em que as crianças estão fora da escola. A iniciativa incentiva a frequência regular na escola, o bom desempenho nos estudos, contribuindo com a formação dessas crianças”, complementou.
Oportunidade
Heitor Alves, 12, e Nicolas da Silva, 13, participam do projeto desde o início. Para eles, foi uma oportunidade de praticar futebol, pois não tinham acesso a uma escolinha na cidade. “O que me motivaram a jogar bola foram meu padrinho e meu pai. Eles eram jogadores. Meu pai deixou, até mesmo porque quando era mais novo, foi até chamado para jogar fora, mas meu avô não deixou. Meu padrinho ainda joga. Minha mãe me incentiva. Eu eu quero ser um dia jogador de futebol para ajudar minha família, minha mãe”, disse Heitor.
“Eu fico muito feliz pelo que Hélio faz pela gente. Tenho o sonho de ser jogador de futebol profissional. Se Deus quiser um dia vou alcançar esse sonho, estou aqui para isso. Desde criança que quero ser jogador e vou chegar lá”, projetou Nicolas.
A doméstica Dos Anjos Batista sempre que pode acompanha os treinos. Depois que chego do trabalho, tomo banho, e venho ver eles jogando. Eu acho muito bonito. Esse projeto é muito bom para eles. Têm muitas mães que não incentivam. Meu sonho era que meu filho fosse jogador de futebol, mas ele quis ser mecânico, está realizado, é dono da própria oficina. É importante as escolhas que a gente faz na vida. Se incentivada para o bem, melhor ainda”, ressaltou.
Apoio
As pessoas interessadas em ajudar com doações de bolas, material esportivo ou mesmo queiram ajudar sendo parceiro do projeto podem entrar em contato com Hélio Silva, pelo WhatsApp: 88. 9.9219 2213.
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