No último sábado, 08, Iguatu se despediu de uma de suas filhas mais ilustres. Maria Zenalda Alves Nogueira faleceu aos 98 anos, deixando um misto de tristeza e saudosismo. A matriarca dos Nogueira faleceu em casa, no distrito de Baú, lugar pelo qual era apaixonada e que adotou para viver, criar os filhos e construir seu legado. O único período em que ficou longe de lá foi quando esteve no Colégio Santa Tereza, de Crato, onde estudou até o 5º ano e voltou para casa para cooperar ensinando o que aprendeu aos filhos do lugar onde nasceu.
Intensa foi a movimentação de familiares, amigos, vizinhos. Sua morte gerou repercussão no meio da comunidade, pois além de todos os seus atributos como mulher, mãe, avó, Zenalda foi também uma liderança na comunidade. Era a ela a quem as pessoas buscavam para relatar suas angústias, anseios e dores, para ouvir da voz da experiência a palavra final.
Do casamento em 1942 com José Nestor Nogueira (saudosa memória) nasceram cinco filhos: Maria Naura, José Mauro, Maria Noélia, João Nicédio e Maria Normélia. Deixou 9 netas e 8 bisnetos. Era viúva há 30 anos. Conheceu o esposo em 1937, com quem se casou e viveu feliz em seu torrão Baú. Dedicou 52 anos de sua vida como professora das disciplinas de Geografia, História, Matemática e Português. Foram inúmeros aqueles que ela alfabetizou. Muitos profissionais que hoje são médicos, advogados, enfermeiros, engenheiros reconhecem nela o valor da mestra que sempre soube ensinar com paciência e sabedoria. Foi dela também a missão de catequizar várias gerações de sua comunidade.
O falecimento foi registrado no sábado por volta das 7h30. No domingo, foi celebrada missa de corpo presente na capela de São José, construída há 123 anos, em 1896, pelo avô dela, José Alves de Oliveira, como promessa pelo nascimento do seu 12º filho, com Clara Alves de Oliveira. O sepultamento aconteceu na manhã do domingo no cemitério Senhora Santana.
Guardiã das chuvas
Zenalda Nogueira foi tema de reportagem neste periódico, na matéria que a intitula como ‘Guardiã das chuvas’. Ela anotava dados das chuvas ocorridas no distrito de Baú desde 1975. A reportagem ganhou bastante repercussão no meio dos leitores, internautas e levou a idosa a ganhar reconhecimento no meio da comunidade e da sociedade, pelo seu feito histórico.
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